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PL do Gás: O que é necessário para que o mercado abra na prática?

PL do Gás: O que é necessário para que o mercado abra na prática?

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou no dia 16 de março o PL do Gás, com a intenção de desverticalizar o setor e avançar no processo de abertura de um futuro Mercado Livre de Gás.

Saiba sobre o que o PL do Gás muda no marco regulatório do setor.

Embora as novas regras para operação dos agentes sejam cruciais para o desenvolvimento do mercado livre de gás no país, é necessário que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) atue na regulamentação da lei, com o objetivo de estabelecer os limites legais que atraiam novos investimentos no setor.

De acordo com o modelo conceitual do mercado de gás na competência da União – Comercialização, carregamento e balanceamento) disponibilizado pela ANP em Setembro/20, a abertura do mercado e desverticalização do setor, fomentará negociações bilaterais, com a entrada de novos agentes no mercado, e a vinda de investimentos.

A lei, que foi sancionada pelo Presidente no dia 8 de abril, traz também maior segurança jurídica para investimentos no setor de gás, que demandam quantidades expressivas de investimento e têm retorno a longo prazo. 

O acordo assinado entre o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e a Petrobras, afirma que a empresa irá se desfazer de alguns ativos relacionados à infraestrutura de gás, e permitirá  a abertura da concorrência no setor.

O desenvolvimento do mercado bilateral tende a padronizar contratos de negociação, estabelecer parâmetros de monitoramento da qualidade do gás fornecido e criar   o mercado balcão de negociação, num processo semelhante ao que ocorreu na abertura do setor elétrico, conhecido como Mercado Livre de Energia.

O amadurecimento natural do mercado permitirá, a longo prazo, o desenvolvimento de produtos financeiros de negociação do suprimento no mercado futuro.

Apenas com o PL é possível desenvolver o Mercado Livre de Gás?

É importante lembrar que a competência em relação à distribuição do gás natural é dos Estados e eles têm autonomia para criar os seus critérios para operar este suprimento, a nova Lei do Gás não legisla sobre estes aspectos.

Os Estados exercem um papel importante ao estabelecer regras de comercialização de gás, como fomentar o desenvolvimento da malha de distribuição,  estabelecer critérios para definir os tipos de agentes neste mercado, especialmente no que se refere ao volume mínimo necessário para ser considerado consumidor livre deste setor e garantir acesso de novos fornecedores no Estado.

Para o aumento da competitividade e fortalecimento desta indústria, no entanto, é desejável que haja uma uniformização de regras, de modo a alcançarmos uma padronização mínima de nomenclaturas e tratamentos de aspectos técnicos, como modelos de tributação.

Vários estados têm revisado suas regras de fornecimento de gás, a  Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (ARSESP), publicou  no final de 2020 uma nova resolução que permite o enquadramento como consumidor livre de qualquer consumidor industrial, desde que satisfeitos critérios contratuais com a concessionária.

Outros estados como Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Amazonas e Rio de Janeiro estão com discussões abertas para preparar as condições regulatórias que tornam viáveis a abertura do mercado livre de gás e os investimentos no setor.

E quanto isso vai custar?

O preço pago pelo suprimento tem vários componentes incluídos. Além do valor da molécula, o preço considera o valor do transporte e distribuição, além de impostos federais e estaduais.

No mercado cativo, em que a concessionária de gás entrega a molécula e presta o serviço de fornecimento do gás no local de utilização, os valores são regulados pelos Estados e sofrem reajustes periódicos, de acordo com o calendário de reavaliação dos custos e preços de fornecimento.

No mercado livre, porém, o consumidor poderá negociar bilateralmente com os fornecedores (produtores ou comercializadores) a compra do gás usado em suas instalações e contratar, diretamente com a distribuidora, o uso dos dutos para a entrega do suprimento oferecendo maior flexibilidade para negociação com o fornecedor.

A lei aprovada no congresso prevê tarifação de transporte através da entrada e saída de gás nos sistemas de transporte. Este modelo permite a integração maior das estruturas disponíveis e a operação do sistema de gás em rede.

A Esfera Energia acompanha as discussões sobre a abertura do mercado livre de gás, em níveis federal e estaduais, com o objetivo de identificar oportunidades de novos negócios para os nossos parceiros, buscando otimizar suas operações.

Se tiver interesse em saber mais sobre o assunto, fale com um de nossos especialistas.

 

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Aconteceu em Março: O comportamento do consumo de energia no cenário de restrições causadas pela Covid-19

Aconteceu em Março: O comportamento do consumo de energia no cenário de restrições causadas pela Covid-19

No mercado de energia cresce a preocupação sobre o quanto um lockdown, em razão da pandemia causada pela Covid-19, pode afetar o consumo de energia do Sistema Interligado Nacional (SIN) e, consequentemente, o quanto isso pode afetar na formação dos preços do mercado de energia para os próximos meses.

Assim, como o consumo de energia se tornou uma das maiores incertezas na formação dos preços, confira o nosso acompanhamento do consumo e análise sobre o que pode acontecer nas próximas semanas.

* Semana de implementação da carga global

No início do mês, tivemos a implementação do conceito de carga global nos modelos de precificação horária de energia e, consequentemente, nos relatórios do Operador Nacional do Sistema (ONS) que apresentem quaisquer dados relativos à carga do SIN. 

Com a carga global, a parcela de geração de usinas não supervisionadas pelo ONS, passa a compor o cálculo da demanda, o representando de forma mais fiel. Isso justifica parte da mudança de patamar do consumo, a partir deste período que ficou mais elevado.

Outro causador dessa elevação foi a própria temperatura, que mascarou os efeitos da adoção de medidas mais restritivas de mobilidade urbana em diversas regiões do país. 

Como a adoção de medidas restritivas de circulação teve um impacto muito significativo na carga em 2020, todo o mercado ficou apreensivo na eventualidade de um lockdown em 2021. Desse modo, esperava-se que a mudança para as fases vermelha e emergencial refletissem em uma grande redução do consumo.

Como consequência de tal especulação no mercado de energia foi possível observar uma queda momentânea de preços, mas que não se sustentou pois a influência da temperatura tem sido maior nas últimas semanas.

Para entendermos melhor o que pode acontecer com o consumo, caso medidas mais restritivas sejam decretadas, analisamos o comportamento da carga na Europa durante a segunda fase de lockdown.

O gráfico acima apresenta o consumo semanal de diversos países quando comparado ao nível de carga da primeira semana de março de 2020, período que antecedeu a primeira onda de lockdown.

Olhando para a média europeia (linha vermelha), percebemos que a redução de consumo por conta da pandemia causada pela Covid-19 em abril de 2020 foi superior aos 20%, enquanto o Brasil apresentava uma redução próxima aos 15%, com perfis de queda semelhantes. 

Já na segunda onda de lockdown a redução do consumo europeu permaneceu em um patamar próximo de 6%, valores razoáveis para uma possível queda do consumo brasileiro, uma vez que acreditamos ser improvável a parada do setor industrial.

Em contrapartida, para os meses de abril e maio de 2021 a expectativa é que a temperatura prevista seja superior à média histórica para o período. Desse modo, a redução da carga por conta da pandemia pode ser atenuada ou até mesmo suprimida pelos efeitos de temperatura, que se mostraram muito influentes no consumo de energia nas últimas semanas.

Além disso, no dia 30 de março foi divulgado pelo operador a revisão quadrimestral da carga, onde o ONS em conjunto com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), optaram por uma redução média de 360 MWm a partir de junho de 2021, dando suporte à hipótese de que a redução do consumo por conta da Covid-19 deve ser baixa.

Acompanhamento dos Reservatórios


Com um período úmido apresentando níveis de precipitação inferiores à média histórica no Sudeste do país, os reservatórios do submercado Sudeste/Centro-Oeste, apesar da recuperação, fecharam o mês em níveis críticos inferiores aos observados nos últimos anos.

Já na região Sul, os reservatórios apresentaram uma manutenção de seus níveis durante o mês de março. Porém fecham o mês com tendência de deplecionamento sem perspectiva de boas afluências para as próximas semanas.

Geração Fora da Ordem de Mérito

No mês de março, com o início do período úmido da região Norte, os submercados Norte e Nordeste reduziram significativamente os níveis de geração térmica para não sobrecarregar o sistema de transmissão responsável pelo intercâmbio de energia com o submercado Sudeste/Centro-Oeste. Desse modo, a geração fora da ordem de mérito (GFOM) também sofreu redução, permitindo que a parcela de segurança energética que compõe os Encargos de Serviços do Sistema (ESS) fosse reduzida em relação ao mês anterior.

Ainda neste mês, o ONS divulgou a metodologia utilizada como recurso para auxiliar o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) na tomada de decisão acerca do despacho térmico fora da ordem de mérito.

O estudo utilizado propõe que os níveis de reservatório do submercado Sudeste/Centro-Oeste ao fim dos meses sejam comparados a 3 curvas de referência que delimitam a disponibilidade térmica total do sistema, que viabilizam a preservação dos  reservatórios conforme a seguir:

  • Curva A: Disponibilidade Térmica total de 11.135 MW médios;
  • Curva B: Disponibilidade Térmica total de 15.052 MW médios;
  • Curva C: Disponibilidade Térmica total de 17.684 MW médios;

No entanto, com os níveis de reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste ainda críticos, permanece a perspectiva de despacho fora da ordem de mérito elevado para os próximos meses

No gráfico abaixo é apresentada a proporção da GFOM em relação a geração térmica total do SIN. Nele observamos uma elevação da proporção, mesmo com a redução da GFOM em março.

Desse modo, caso os modelos de precificação de energia não respondam a uma elevação do PLD para os próximos meses, é possível que os níveis de ESS permaneçam em patamares elevados.

PLD Horário

O mês de Março foi marcado por razoável volatilidade, onde o PLD flutuou entre as semanas indo de valores abaixo de R$80/MWh a cerca de R$140/MWh, fechando o mês em R$109,02/MWh no submercado Sudeste/Centro-Oeste.

Para o Sul foram observados descolamentos principalmente no período de pico de consumo, o que fez com que o PLD fechasse R$1,26/MWh acima do Sudeste/Centro-Oeste.

Já o Nordeste fechou o mês com um PLD médio de  R$77,94/MWh, puxado pela boa afluência do Norte e pela geração renovável (eólica e solar).

O Norte em pleno período de chuvas fechou o mês em R$55,65/MWh, próximo ao valor mínimo regulatório que é de R$49,77/MWh.

Ressaltando que a modulação do consumo não se restringe apenas às horas do dia, mas a alocação do consumo nos dias da semana, sendo domingo o dia mais adequado para o maior consumo de energia da semana.

Submercado Sudeste/Centro-Oeste
Submercado Sul
Submercado Nordeste
Submercado Norte

Tenha acesso à análises e estudos detalhados sobre o Mercado Livre de Energia, fale com um de nossos especialistas.

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Entenda como a aprovação do PL do Gás criará um novo cenário para o Mercado Livre no setor

Entenda como a aprovação do PL do Gás criará um novo cenário para o Mercado Livre no setor

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou no dia 16 de março o PL do Gás, que prevê a descentralização do mercado e mudanças no marco regulatório do setor. Esta foi a terceira votação do texto, que no dia 08 de abril foi sancionada presidente Jair Bolsonaro.

O projeto de lei havia passado pela Câmara em setembro do ano passado e pelo Senado no último mês de dezembro, quando foram introduzidas algumas emendas. O texto final, no entanto, rejeitou as emendas dos senadores e manteve o que havia sido acordado com a Comissão de Minas e Energia.

A expectativa é que a nova lei aumente a competitividade no setor e barateie os preços, assim como ocorreu com a eletricidade no Mercado Livre de Energia. Porém, antes de nos debruçarmos sobre as oportunidades criadas pelo novo marco do gás, vamos entender como chegamos até aqui.

O que é o PL do Gás?

O PL do Gás é o projeto de lei 4.476 de 2020, popularmente conhecido como nova lei do gás. A proposta, de autoria do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PV-SP), tramita na Câmara desde 2013.

Para obter mais detalhes sobre cada etapa desses trâmites, confira os seguintes conteúdos disponibilizados pelo site Poder 360:

O texto final prevê medidas para fomentar a indústria de gás natural por meio do incentivo à entrada de empresas privadas no setor. Seu principal foco são mudanças na forma de contratação para quebrar o monopólio da Petrobras.

Vale lembrar que esse monopólio não foi estabelecido por lei e que a própria estatal já começou a adotar medidas para rompê-lo. O PL do Gás, por sua vez, oferece mecanismos para acelerar a transformação do modelo atual do mercado.

Como funciona o mercado do gás atualmente?

De acordo com o boletim mensal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o Brasil produziu 136 milhões de metros cúbicos de gás por dia em janeiro de 2021. A maior parte desse volume é de gás associado, que se encontra dissolvido no petróleo ou sob a forma de uma capa gasosa.

Mais da metade dessa produção é consumida pela indústria, que é seguida no ranking pela geração de energia elétrica e pelo uso como combustível de automóveis. Já o uso residencial e em estabelecimentos comerciais não ultrapassa 5% do consumo total.

Segundo o governo federal, até 2019, além de ser responsável por quase 80% da produção, a Petrobras era sócia de 19 das 27 distribuidoras do país. Dessa forma, a estatal operava quase 100% da infraestrutura e controlava toda a malha de transporte, com participação em todos os dutos.

Esse cenário começou a mudar em 2019, quando a Petrobras vendeu parte das suas ações na BR Distribuidora e ficou com menos de 50%, o que significou a privatização da subsidiária. Em 2020, dando continuidade ao plano de desinvestimento, a estatal aprovou a venda total das ações.

Essas mudanças já bastariam para chacoalhar o mercado do gás no Brasil. Mas, com o envio do projeto de lei 4476 para a sanção presidencial, a perspectiva é de impactos ainda mais significativos.

O que muda com o PL do Gás?

Essas são as principais mudanças previstas no PL do Gás:

  • As empresas detentoras de gasodutos e unidades de processamento serão obrigadas a permitir que agentes privados tenham acesso a essa infraestrutura, uma vez que não faz sentido construir dutos concorrentes para atender a um mesmo mercado;
  • Essa garantia de acesso também inclui os terminais de GNL (gás natural liquefeito);
  • O acesso a esses equipamentos será feito por meio de cobrança e os proprietários terão preferência na utilização;
  • As tarifas de transporte de gás natural serão propostas pelo transportador e aprovadas pela ANP após consulta pública;
  • As empresas de transporte de gás precisarão apenas de autorização da ANP, não sendo mais necessária uma concessão;
  • Empresas de transporte e distribuição não poderão ter participação societária, mesmo que indireta, em empresas que atuam em outros elos da cadeia, como exploração, produção e carregamento;
  • A ANP poderá também promover medidas para obrigar as empresas a ofertar gás natural para estimular a concorrência e classificar dutos como de transporte dentro de condições pré-estabelecidas;
  • A comercialização de gás será feita por meio de contratos registrados na ANP ou em entidades habilitadas, com exceção da venda pelas distribuidoras de gás canalizado aos seus consumidores cativos;
  • O consumidor livre, o autoprodutor ou o autoimportador que não tiverem as necessidades atendidas pela distribuidora poderão construir e implantar instalações e dutos para seu uso específico por meio de contrato que atribua a operação e a manutenção à distribuidora.

PL do Gás e o Mercado Livre

Ao ler os últimos dois pontos do tópico anterior, é provável que você tenha pensado em ACR e ACL, os ambientes de contratação regulada e livre do mercado de energia elétrica. De fato, o PL do gás também faz distinção entre dois tipos de consumidor:

  • Consumidor cativo: é atendido pela distribuidora local de gás canalizado por meio de comercialização e movimentação de gás natural.
  • Consumidor livre: tem a opção de, nos termos da legislação estadual, adquirir o gás natural de qualquer agente que realiza a atividade de comercialização.

Será que o novo marco do gás deixará o setor com o mesmo potencial de crescimento do Mercado Livre de Energia? Alguns dados coletados recentemente dão uma indicação dos efeitos positivos dessas mudanças.

De acordo com a Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace), em um cenário de competitividade, o custo do gás para indústria e transportes cairia quase 40% até 2028. Outros impactos seriam o aumento de R$ 63 bilhões no fluxo anual de investimentos e a geração de 4,3 milhões de empregos.

No gráfico abaixo, é possível ver como a abertura do mercado de gás impactaria no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, com um ganho bem acima do previsto até 2028:

Fonte: Abrace

Embora o cenário seja promissor, é bom lembrar que ainda existem alguns desafios. Um deles é o fato de que o PL do Gás não prevê a obrigatoriedade de explorar o gás brasileiro, fazendo com que a importação seja beneficiada no atual cenário em que os preços no mercado internacional estão mais baixos.

Além disso, a infraestrutura existente pertence à Petrobras que, caso aumente sua produção, pode precisar de toda a rede para transportar seu gás, obrigando as empresas privadas a procurar outras opções. A questão é que a implantação de gasodutos é cara e a iniciativa privada não terá interesse em construí-los se não houver demanda.

Por isso, o incentivo à demanda deve ser prioridade na construção de um novo mercado do gás, segundo disse o presidente da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), Augusto Salomon, em entrevista à agência epbr:

“O principal desafio é acelerar, com regras claras, esse processo de transição na oferta de gás natural — de um único agente dominante no suprimento para uma situação ideal, com ampla concorrência na oferta da molécula de gás nos citygates (pontos de entrega)”.

Após a tão esperada aprovação do PL do Gás, o momento é de esperar os próximos movimentos dos principais atores do setor e ficar de olho nas oportunidades criadas a partir de agora. Para continuar por dentro dos acontecimentos, continue ligado aqui no blog da Esfera Energia.

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Energia renovável no Brasil: confira oportunidades, desafios e exemplos de empresa que utilizam

Energia renovável no Brasil: confira oportunidades, desafios e exemplos de empresa que utilizam

O uso de energia renovável no Brasil coloca o país em uma posição de destaque no cenário regional e global. De acordo com dados do Ministério de Minas e Energia, as fontes renováveis atingiram uma demanda de participação de 46,1% na matriz energética, o que representa três vezes o percentual mundial.

O potencial é tão impressionante que incentivou o executivo holandês Marco Krapels a deixar um cargo de confiança ao lado de Elon Musk na Tesla para abrir uma empresa de baterias móveis no Brasil. O motivo foi explicado pelo próprio em entrevista à revista Época:

“O Brasil é uma potência da energia renovável (…) No futuro, com o desenvolvimento das fontes de energia solar e eólica, associado ao uso de baterias, deve se tornar a primeira grande nação do mundo a usar 100% de energia renovável”.

Conhecendo as características geográficas do Brasil e todos seus recursos naturais, não se pode dizer que a previsão de Krapels não é realista. No entanto, também temos que admitir que o país ainda enfrenta uma série de obstáculos que o impedem de atingir sua capacidade total.

Pensando nisso, decidimos analisar os dados sobre energia renovável no Brasil e detalhar a participação de todas suas fontes na matriz energética nacional. Neste post você encontrará um guia sobre suas vantagens e seus desafios e ainda conhecerá exemplos de empresas dispostas a diminuir a dependência de combustíveis fósseis.

Quer saber mais sobre essa interessante oportunidade de negócio para quem está no Mercado Livre de Energia? É só continuar com a leitura!

Panorama da energia renovável no Brasil e no mundo

Em termos de capacidade instalada de energia renovável, o Brasil ocupa o terceiro lugar do ranking mundial, com 141.932 MW. Estamos atrás apenas da China, com incríveis 788.916 MW, e dos Estados Unidos, com 282.656 MW.

Esses números são relativos ao ano de 2019 e foram coletados pela Agência Internacional para Energias Renováveis (IRENA). Logo abaixo conseguimos ver um panorama mundial da capacidade instalada de energia renovável:

Como vimos no gráfico, ainda estamos a uma distância considerável da China. No entanto, o que chama a atenção é que já estamos sendo seguidos de perto pela Alemanha, um país consideravelmente menor e, embora mais desenvolvido, com muito menos recursos naturais.

Esse é um indicativo de que o Brasil ainda está muito longe de explorar todo seu potencial. E isso foi comprovado pelo Relatório da Situação Global das Renováveis de 2019, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

De acordo com esse relatório, o investimento global em energia verde ultrapassou US$ 2,6 trilhões na última década. Ainda segundo o PNUMA, cinco países se destacaram no investimento em soluções para reduzir os efeitos da mudança climática:

  • China
  • Índia
  • Estados Unidos
  • Japão
  • Espanha

Você deve estar se perguntando o que está faltando para nosso país, com potencial reconhecido mundialmente, também se destacar entre os que mais investem em fontes limpas. Vamos tentar responder analisando alguns dados sobre a energia renovável no Brasil.

Antes, porém, vamos começar pelo básico e lembrar quais são as fontes de energia renováveis.

Quais são as fontes de energia renováveis?

As principais fontes de energia renovável são o sol, a água dos rios, as ondas e as marés, os ventos, os materiais orgânicos e calor do interior da Terra. Além destas, também podemos destacar o hidrogênio, a água salobra e a fotossíntese artificial.

O aproveitamento das principais fontes geram as seguintes energias:

Hidráulica

A força das águas dos rios é transformada em energia cinética e depois em eletricidade nas usinas hidrelétricas.

Biomassa

A queima de qualquer material orgânico não fóssil, como o bagaço de cana-de-açúcar, também pode ser usada para produzir energia.

Eólica

Os ventos giram as hélices das usinas eólicas que movem as turbinas e acionam os geradores de eletricidade.

Solar

Os raios solares são captados por painéis e convertidos em eletricidade ou geram calor para aquecer a água.

Geotérmica

As usinas geotérmicas injetam água no subsolo que, após evaporar devido às altas temperaturas, é conduzida até as turbinas para acionar o gerador de eletricidade.

Maremotriz

A movimentação mais intensa das ondas pode ser aproveitada para gerar energia, assim como a água das marés também pode ser represada como em hidrelétricas.

Hidrogênio

A combinação do hidrogênio com o oxigênio produz vapor de água e libera energia que é convertida em eletricidade.

Após conhecer todas essas fontes fica claro porque o Brasil tem tanto potencial. Com tantas delas em abundância em nosso território, como será que as aproveitamos?

Qual energia o Brasil mais utiliza?

A energia mais utilizada no Brasil, considerando tanto as renováveis como as não-renováveis, é a hidráulica. Sua participação na matriz energética nacional atinge mais de 60% do total, como indica o gráfico abaixo:

energia fóssil
Fonte: Hud, plataforma de comunicação e gestão de energia exclusiva para clientes Esfera.

Devido ao seu enorme potencial hídrico, o Brasil vem historicamente focando seus investimentos em hidrelétricas. De acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), temos 875 hidrelétricas, centrais geradoras hidrelétricas e pequenas centrais hidrelétricas no país.

É justamente essa enorme quantidade de hidrelétricas que coloca o Brasil no Top 3 do ranking mundial de capacidade instalada de energia renovável. No entanto, é bom ressaltar que, apesar de a energia hidráulica ser limpa, a construção das hidrelétricas causa uma série de impactos ambientais e sociais.

O mais indicado seria o Brasil diversificar sua matriz renovável e investir mais para criar usinas de energia solar, eólica e de biomassa. Ainda que também causem repercussões na natureza, normalmente essas ocorrem apenas no local em que são produzidas e são facilmente controladas.

Qual é a porcentagem de uso de energia renovável no Brasil?

A participação das fontes renováveis na matriz elétrica nacional costuma ficar por volta de 80% do total. Como era de se esperar, a principal fonte de energia renovável no Brasil é a hidrelétrica, que representa mais de 60%, seguida pela eólica (cerca de 9%), biomassa e biogás (cerca de 9%) e solar centralizada (cerca de 1%).

Esses dados, divulgados pelo Ministério de Minas e Energia no início de 2020, indicavam que o Brasil havia superado a meta de capacidade instalada estabelecida para 2019 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Na ocasião, o diretor-geral da instituição, André Pepitone, destacou quais fontes tinham mais espaço para contribuir ainda mais:

“O maior potencial de crescimento é eólico, sobretudo na região Nordeste, e a solar, contribuindo com a geração de energia. Na energia térmica, um terço vem do bagaço da cana de açúcar”.

A previsão feita em 2019 se confirmou no ano seguinte. Em 2020 foram acrescidos ao sistema elétrico brasileiro 4.932 MW de potência instalada, sendo que cerca de 70% (3.519 MW) foram a partir de fontes renováveis. O grande destaque foi a eólica que, sozinha, representou 35% do total ampliado.

Segundo o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), o Brasil liderou o crescimento de energia eólica na América do Sul nos últimos dez anos. Além disso, ficou em oitavo lugar entre os países que mais geraram empregos no mundo por meio da energia solar fotovoltaica.

Potencial da energia renovável no Brasil

A perspectiva para o Brasil passar a ser o primeiro país a usar 100% de energia renovável é, de fato, animadora. Mas a verdade é que ainda estamos bem longe de aproveitar toda nossa capacidade.

Para comprovar, basta dar uma olhada em alguns fatos científicos sobre o potencial das três principais fontes renováveis do Brasil, além da hidrelétrica:

  • De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Brasil recebe mais de 2.200 horas de irradiação solar por ano. Se tudo isso fosse aproveitado por painéis fotovoltaicos e convertido em energia elétrica, seria o equivalente a 15 trilhões de megawatts.
  • Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), o potencial de geração do país é de cerca de 500 gigawatts. Esse número é três vezes maior que o atual parque nacional gerador de energia elétrica com todas as fontes disponíveis.
  • Por fim, um estudo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) mostra que se todas as fontes de biomassa do Nordeste fossem usadas para fins energéticos seriam produzidos cerca de 55.000 GWh por ano. Isso corresponde a grande parte da energia elétrica consumida na região em 2010, que foi de 60.592 GWh.

Desafios enfrentados pela energia renovável no Brasil

Embora o potencial comprovado seja gigantesco, o Brasil ainda enfrenta alguns obstáculos que o impedem de atingir sua capacidade máxima de produção de energia renovável. A maioria deles estão ligados a fatores econômicos.

Embora, no longo prazo, as fontes renováveis possam reduzir as tarifas de energia, os investimentos iniciais precisam ser volumosos. Mesmo que a tecnologia tenha evoluído muito nos últimos anos e diminuído as despesas, ainda é preciso gastar muito com a infraestrutura necessária para produzir energia renovável.

Outro desafio a se levar em conta é que estamos falando de um investimento de risco. Afinal de contas, a performance da geração depende de uma série de fatores externos, assim como da sazonalização e condições climáticas favoráveis.

Para atrair mais investidores para o setor, é fundamental que sejam desenvolvidos novos modelos de negócio e de gestão de riscos financeiros. Apesar de já ter uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, o Brasil precisa se focar ainda mais em tecnologias de baixo carbono.

Além disso, é necessário criar campanhas de conscientização que mostrem as vantagens das energias renováveis, o que nos leva para o próximo tópico.

Vantagens da energia renovável no Brasil

Confira abaixo alguns benefícios que o investimento em energia renovável pode trazer para seu negócio e para o meio ambiente:

  • Diferente dos combustíveis fósseis, as fontes renováveis são, em teoria, inesgotáveis;
  • Ajuda no combate à emissão de gases do efeito estufa e do aquecimento global;
  • Garantia da autonomia energética, uma vez que não depende da importação de combustíveis fósseis;
  • Criação de novos empregos, principalmente em áreas menos favorecidas;
  • Menos arriscada que a energia nuclear;
  • Estimula o desenvolvimento de novas tecnologias.

O vídeo abaixo, da TV Senado, mostra porque a energia renovável é boa para o planeta e para o bolso:

Empresas que utilizam energia renovável no Brasil

Se as vantagens listadas acima ainda não te convenceram, vamos partir para exemplos concretos. Conheça abaixo cases de empresas que já utilizam energia renovável e tomaram a vanguarda desse movimento.

Braskem

A Braskem assinou um acordo com a EDF Renewables para comprar energia eólica por 20 anos. O contrato ajudará a viabilizar a expansão do Complexo de Folha Larga, na Bahia, e a colocar o estado como provável líder no setor nos próximos anos.

Além disso, a petroquímica fechou parcerias com a francesa Voltalia e a Canadian Solar Inc. A primeira prevê a compra de energia solar por 20 anos e a construção do complexo solar Serra do Mel, no Rio Grande do Norte; enquanto o segundo viabilizará a construção de uma usina solar no norte de Minas Gerais e o fornecimento também por 20 anos.

Ambev

A Ambev estabeleceu como meta que 100% da eletricidade que consome com suas operações em todo o mundo seja proveniente de fontes limpas e renováveis até 2025. No Brasil, a multinacional anunciou que construirá 48 usinas de energia solar para abastecer 94 centros de distribuição.

As usinas serão construídas em 21 estados e no Distrito Federal. A perspectiva é que haja uma redução anual da emissão de dióxido de carbono na ordem de 46 mil toneladas.

Claro

O grupo Claro Brasil, formado pela Claro, Embratel e Net, lançou em dezembro de 2017 o programa Energia da Claro. O conglomerado pretende usar fontes renováveis e outras ações de proteção ao meio ambiente em todas suas operações e instalações no Brasil.

As iniciativas já estão presentes em 12 estados por meio da inauguração de mais de 35 plantas fotovoltaicas ao redor do Brasil. O programa representa a redução da emissão de mais de 100 mil toneladas métricas de dióxido de carbono por ano, o equivalente a retirar quase 420 mil carros de circulação.

Embora os exemplos acima mencionem grandes empresas, as pequenas e médias também podem fazer a sua parte. Além de ajudar o planeta com o investimento em energias limpas, a entrada no setor pode representar novos ganhos por meio de operações estruturadas.

Quem se tornar autoprodutor ou gerador de energia associado à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) pode vendê-la aos consumidores do Mercado Livre com demanda entre 500 kW e 3 MW. Essa regra é válida para energia hidrelétrica, eólica, solar e biomassa.

Entenda como funciona o Mercado Livre de Energia

Quer saber como se associar à CCEE e entender todas as regras do Mercado Livre de Energia? A Esfera Energia oferece assessoria completa para ajudar seus clientes a migrarem para esse promissor ambiente de contratação, garantindo o cumprimento das obrigações legais e as melhores condições possíveis de negociação.

Após conhecer toda a capacidade de desenvolvimento das fontes renováveis no Brasil, você certamente também vai querer conferir o potencial de crescimento do Mercado Livre de Energia. Então, não perca mais tempo e converse agora com um dos nossos consultores.

Aproveite e complete a leitura com o e-book “Tipos de Geração de Energia” e conheça melhor todos os tipos renováveis e não renováveis que existem e podem ser usados para gerar energia.

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O que é energia geotérmica, como ela é gerada e principais vantagens

O que é energia geotérmica, como ela é gerada e principais vantagens

Ao redor do mundo existem diversas fontes de energia, dentre elas uma que é gerada por meio do calor do magma terrestre. Mas, afinal, o que é energia geotérmica e como ela é gerada? É isso que mostraremos aqui.

Então, se você ainda não sabe como funciona a energia geotérmica, quais são suas vantagens e desvantagens e como essa fonte de energia é aproveitada no Brasil, continue lendo e veja tudo o que você precisa conhecer a respeito do assunto.

O que é energia geotérmica?

A energia geotérmica é obtida por meio do calor do interior da Terra, portanto é renovável, e é uma alternativa aos combustíveis fósseis para gerar energia elétrica. Sua geração se dá por meio do magma, uma formação rochosa que pode alcançar 6 mil ºC e que esquenta a água, a qual é utilizada para gerar a energia geotérmica.

Assim, a fonte de energia geotérmica é apenas o calor, um recurso infinito e que não é prejudicial ao meio ambiente, pois está abaixo da superfície terrestre.

Como a energia geotérmica é gerada?

Para entender como é produzida a energia geotérmica, é preciso saber que esse processo é feito por meio das usinas geotérmicas, as quais transformam o calor interno da Terra em energia elétrica.

Essas usinas são instaladas em locais em que há um grande volume de vapor e água quente, os quais são captados, vão para os reservatórios geotérmicos e destes para as turbinas, que por sua vez ativam um gerador que produz a eletricidade.

Há também um outro processo que injeta água no subsolo terrestre para que ela esquente e se transforme em vapor. Tal vapor é captado para gerar a energia elétrica no processo mostrado acima.

Agora que você já conhece a energia geotérmica, vale a pena saber mais sobre quais são suas principais vantagens e desvantagens. Vamos começar pelas vantagens.

Quais as vantagens da energia geotérmica?

  • Fonte renovável de energia
  • Baixo impacto ambiental
  • Não sofre com as oscilações climáticas

Fonte renovável de energia

O calor do centro da Terra é uma fonte inesgotável de energia, diferentemente dos combustíveis fósseis, por exemplo.

Inclusive, há uma necessidade global urgente em reduzir a dependência ao petróleo, carvão mineral e gás natural e o caminho para isso é justamente recorrer às fontes alternativas de energia, como a energia geotérmica.

Baixo impacto ambiental

A energia geotérmica não queima combustíveis fósseis, então gera menor impacto ambiental por emitir menos gases poluentes responsáveis pelo efeito estufa e, por consequência, do aquecimento global, como o dióxido de carbono.

Nesse sentido, pode ser considerada uma fonte alternativa de energia para substituir as usinas termelétricas, por exemplo.

Além disso, a geração desse tipo de energia não prejudica a natureza, embora haja a perfuração do solo.

Não sofre com as oscilações climáticas

As variações climáticas não interferem na geração de energia geotérmica, como ocorre com outras fontes de energia, como hidrelétrica, solar e eólica. Inclusive, no caso das hidrelétricas, a falta de chuva pode impactar até mesmo no preço da energia.

Entenda aqui qual o impacto dos níveis dos reservatórios no preço da energia.

Quais as desvantagens da energia geotérmica?

  • Especificidade dos locais nos quais as usinas geotérmicas podem operar
  • Emissão de gás sulfídrico (H2S)
  • Possibilidade de contaminação de lagos e rios

Apesar das vantagens da energia geotérmica, ela também tem desvantagens significativas.

Especificidade dos locais nos quais as usinas geotérmicas podem operar

A energia geotérmica apenas pode ser gerada em locais muito específicos, com condições ideais de temperatura. Além disso, é inviável que as usinas geotérmicas sejam instaladas próximas às áreas residenciais por conta da poluição sonora e do aquecimento na região, o que geraria também um impacto social.

Emissão de gás sulfídrico (H2S)

Embora a energia geotérmica não emita gases que contribuem para o efeito estufa, como o dióxido de carbono, o gás sulfídrico pode ser liberado junto com o vapor d’água, o qual é altamente prejudicial à saúde humana, com forte odor e corrosivo.

Possibilidade de contaminação de lagos e rios

Durante o processo de geração da energia geotérmica, alguns fluidos podem liberar minerais com potencial de prejudicar lagos e rios na região da usina, caso não sejam devidamente tratados.

Como é utilizada a energia geotérmica no Brasil?

A energia geotérmica no Brasil é utilizada apenas para lazer. Poços de Caldas (MG) e Caldas Novas (GO) são duas cidades que usam essa fonte de energia para turismo e aquecem a água por meio do processo chamado de “geotermia”.

A exploração desse tipo de energia no país não é tão significativa principalmente por dois motivos:

  • É preciso que a energia geotérmica seja obtida em áreas de transição entre as placas tectônicas, o que não é o caso do Brasil
  • O país já é amplamente abastecido por fontes hídricas de energia, tendo como principal recurso a energia hidrelétrica

De qualquer forma, os métodos de perfuração estão em desenvolvimento em todo o mundo para que sejam aprimorados e esta se torne, de fato, uma fonte de energia com ampla participação dentre as demais fontes utilizadas globalmente.

O que achou das informações sobre o que é energia geotérmica? Se você quiser saber mais sobre outras fontes alternativas de energia, os artigos abaixo poderão te interessar:

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Energia azul: o que é, como funciona e os prós e contras dessa promissora fonte

Energia azul: o que é, como funciona e os prós e contras dessa promissora fonte

Você consegue imaginar sua casa iluminada graças ao contato entre a água doce e a água salgada? Pois é exatamente esse o conceito por trás da energia azul, uma das principais apostas dos cientistas quando o assunto é o futuro da geração de energia.

Diante da perspectiva do esgotamento das fontes fósseis e a disseminação das práticas de sustentabilidade, cada vez mais empresas apostam em energia renovável. Enquanto outros tipos de geração de energia, como a eólica e a solar, se consolidam no mercado, a energia azul ainda engatinha, mas demonstra um potencial gigantesco.

Tanto que em 2001 foi fundada a Ocean Energy Systems (OES), uma extensão da Agência Internacional de Energia (AIE) dedicada a estudar o aproveitamento econômico da energia gerada pelos oceanos. E nesse escopo também está incluída a energia azul.

Mas, afinal, o que é energia azul? Como ela é gerada e quais são os prós e contras desta solução energética? É exatamente isso que vamos responder nas próximas linhas. Confira!

O que é energia azul?

Para entender o que é energia azul, vamos precisar lembrar de alguns conceitos básicos das aulas de Química. Afinal de contas, estamos falando da energia que é obtida por meio da diferença de concentração de sal entre a água do mar e água de um rio.

Imagine um tanque dividido por uma membrana semipermeável no qual há água de um rio de um lado e água do mar do outro. A diferença de salinidade entre elas faz com que as moléculas de água doce atravessem a membrana e passem para o lado da água salgada, causando uma pressão que é transformada em eletricidade.

Existem dois métodos práticos para ativar essa geração de energia e ambos dependem da osmose com membranas, razão pela qual também é chamada de energia osmótica. São eles:

  • Osmose Retardada por Pressão
  • Eletrodiálise Reversa

Ambos métodos, que detalharemos mais adiante, foram criados na década de 70 pelo professor Sidney Loeb, da Universidade Ben-Gurion de Negev, em Israel. A ideia lhe ocorreu enquanto observava o rio Jordão fluindo para o Mar Morto.

Desde então, a energia azul foi testada com sucesso em laboratórios mundo afora, mas apenas em 2009 a empresa Statkraft construiu na Noruega a primeira usina do mundo para aproveitar a energia osmótica. Para entender melhor seu funcionamento, vamos ao próximo tópico.

Como funciona a energia azul?

Na usina da Statkraft a energia azul é gerada por meio do método de osmose retardada por pressão. Mas, como vimos acima, também é possível obtê-la por eletrodiálise reversa. Vamos entender como funciona a geração em ambos processos:

Osmose Retardada por Pressão

Nesse método, a água doce e a água salgada são enviadas para uma câmara, onde ficam divididas por uma membrana semipermeável. Ao entrar em contato, a pressão exercida pelo fluxo sobre o lado da água do mar é usada para acionar uma turbina e produzir energia elétrica.

energia azul
Fonte: Acciona

Eletrodiálise Reversa

Aqui a energia é gerada quando a água salgada e a água doce passam por uma pilha de membranas de troca catiônica e aniônica alternadas, criando uma espécie de “bateria de sal”. A energia elétrica surge graças à diferença de concentração de íons.

Fonte: Acciona

Além dos dois principais, existem outros métodos de geração de energia azul que ainda estão nos estágios iniciais de testes. São eles:

  • Método Capacitivo: A energia é gerada por meio do carregamento cíclico de eletrodos em uma mistura de água doce e salgada.
  • Diferença de pressão de vapor: O diferencial desse método é não requerer uma membrana e ser menos dependente da filtração.
  • Lagoa Solar: No lugar da energia osmótica, usa a luz do sol que atinge o fundo de uma lagoa de água salgada.
  • Nanotubos de nitreto de boro: Segue o mesmo conceito da osmose retardada por pressão, mas por meio de um sistema experimental de nitreto de boro que produz mais energia que o método da Statkraft.

A energia azul é renovável?

A energia azul é apontada como uma das fontes de energia do futuro justamente por ser renovável. E isso se aplica a cada um dos métodos de obtenção que descrevemos acima.

Além de ser uma fonte inesgotável, a energia azul também pode ser considerada uma energia verde. Nenhuma das técnicas utilizadas para sua geração emite gases poluentes, como o dióxido de carbono.

Essas são apenas algumas das vantagens da energia azul. Para saber melhor os benefícios que ela pode proporcionar, vamos partir para o próximo tópico.

Vantagens da energia azul

A energia azul apresenta uma série de vantagens sobre outras fontes. E não estamos falando apenas dos poluentes combustíveis fósseis, mas também de fontes limpas e renováveis, como a energia eólica e a solar.

O grande diferencial da energia azul sobre outras energias limpas é o fato de ser mais consistente. A geração é menos dependente de fatores externos e climáticos, como o vento e o sol, que podem reduzir a produtividade em determinados períodos.

Além disso, uma planta de energia azul pode ter um tamanho consideravelmente menor que o de outras usinas. Mesmo quando comparada com as solares e eólicas, ela teria um impacto menor na paisagem e não demandaria muito uso do solo.

Desvantagens da energia azul

Apesar de todas as vantagens, a construção de uma planta de energia azul também carrega pontos negativos. Assim como no caso de uma usina hidrelétrica, é preciso levar em consideração os impactos ambientais e os efeitos nos sistemas hidrológicos e nas regras de gestão da água da região.

No entanto, o principal ponto negativo da energia azul ainda é o seu preço. A baixa eficácia em relação ao custo das membranas artificiais usadas para sua obtenção, que são caras e difíceis de produzir, ainda torna sua produção pouco viável.

O futuro da energia azul

Embora ainda não seja viável economicamente, os especialistas acreditam que, uma vez construída a usina, a energia azul pode gerar energia a uma taxa muito mais barata do que a solar e eólica. E vários estudos estão sendo feitos mundialmente para baratear o custo das membranas.

A análise dos indicadores de viabilidade econômica da energia azul é justamente um dos focos da OES, que citamos no início do texto. O chamado Programa de Colaboração Tecnológica em Sistemas de Energia Oceânica é formado atualmente por 24 países e pela Comissão Europeia.

Além do método osmótico, a OES também investe na obtenção da energia gerada por outros elementos oceânicos como:

  • Força das ondas
  • Variação das marés
  • Correntes marinhas
  • Variação das temperaturas

O governo brasileiro não faz parte da OES e tampouco há relatos de estudos avançados sobre a produção de energia azul no Brasil. No entanto, se levarmos em conta a capacidade hídrica e o vasto litoral, o país tem potencial para se tornar um gigante do setor.

Caso as previsões dos cientistas se concretizem e o custo caia consideravelmente nos próximos anos, a energia azul se tornará uma interessante opção limpa e renovável para iluminar lares e alimentar indústrias. E no futuro também estará disponível no Mercado Livre de Energia.

Enquanto a energia azul não chega, vale lembrar que os consumidores do Ambiente de Contratação Livre (ACL) já podem adquirir energia de outras fontes renováveis, como eólica, biomassa ou solar.

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Aprenda como fazer uma campanha de economia de energia elétrica na sua empresa

Aprenda como fazer uma campanha de economia de energia elétrica na sua empresa

Você já parou para pensar em todos os benefícios de uma campanha de economia de energia elétrica nas empresas? Não estamos falando apenas do alívio de pagar uma conta de luz mais barata, mas também de uma das melhores dicas de sustentabilidade para trabalhar de forma consciente e preservar nosso planeta.

Além de saber como calcular o consumo de energia, para reduzir os custos é preciso um esforço conjunto, tanto da parte dos gestores quanto de funcionários e colaboradores. Os responsáveis pela empresa devem, por exemplo, direcionar seus esforços para pontos como:

  • Uso de equipamentos com consumo de energia A
  • Manutenções preventivas nos equipamentos
  • Automação de luz e ar-condicionado
  • Substituição de lâmpadas incandescentes pelas de LED ou fluorescentes
  • Ambientes com cores claras e luz natural

Porém, tudo isso será em vão sem uma campanha de economia de energia elétrica. Para implementá-la de forma eficaz em sua empresa e conscientizar toda a força de trabalho, confira as dicas que listamos abaixo.

7 dicas para campanha de economia de energia elétrica nas empresas

Segundo um ranking que mede o custo da energia para a indústria divulgado pela Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), o Brasil é o 6º país com a conta mais cara do mundo. O valor, de R$ 402,26 por MW/h, é 46% superior à média internacional.

campanha de economia de energia eletrica nas empresas
Fonte: Veja

Esses dados comprovam que uma campanha de redução de consumo deve ser prioridade em uma estratégia de gestão de energia elétrica. E, como você verá logo abaixo, seus funcionários podem contribuir de forma significativa com a adoção de alguns hábitos simples e práticos.

1. Desligar luzes e aparelhos eletrônicos ao final do dia

Vamos começar pela maneira mais simples de economizar energia, mas que muitas vezes passa despercebida na correria do dia a dia. Oriente seus funcionários a sempre apagar as luzes e desligar os aparelhos eletrônicos no final do dia.

Se possível, o ideal é que os aparelhos sejam retirados da tomada, principalmente quando se trata de períodos de inatividade mais longos. Além de representar uma economia considerável no longo prazo, é uma medida de segurança para evitar possíveis curto-circuitos.

2. Colocar o computador para hibernar

Sabemos que o computador é um aparelho eletrônico à parte e que muitas vezes não é conveniente desligá-lo e ter que abrir tudo novamente para começar a trabalhar no dia seguinte. Por isso, a melhor solução é colocá-lo para hibernar.

Dessa forma, você consegue salvar seu trabalho, mantém todas as abas e páginas da internet abertas, mas o computador fica desligado. A reativação leva um pouco mais de tempo do que quando o colocamos no modo de suspensão, mas a economia de energia vale a pena.

Outro toque importante a dar aos funcionários é que, no caso de um intervalo rápido, também vale a pena desligar ao menos o monitor.

3. Aproveitar a luz natural

Se você fez a sua parte e criou um ambiente de trabalho com cores claras e muitas janelas, é essencial orientar os funcionários a aproveitar ao máximo a luz natural. Além do alívio na conta de luz no final do mês, a saúde e o bem-estar da força de trabalho também agradecem.

Organize o espaço de trabalho posicionando as mesas e locais de convivência bem perto das janelas. Dessa forma, é possível aproveitar a luz do sol para iluminar o ambiente e ainda arejá-lo com ar fresco.

4. Otimizar o uso do ar condicionado

Como dissemos acima, o ideal é deixar as janelas abertas para aproveitar não só a luz como também a ventilação natural. Mas estamos cientes de que vivemos em um país tropical e o uso do ar condicionado é, muitas vezes, inevitável.

No entanto, não é preciso simular o clima da Sibéria para deixar o ambiente de trabalho mais fresco. Se estiver muito quente do lado de fora, ligar o aparelho em menos de 20°C demandará muita energia para manter a diferença de temperatura entre o ambiente externo e o interno.

O mais recomendado é pedir que os funcionários deixem o ar condicionado em 23°C. Essa temperatura já é suficiente para refrescar o ambiente e é adequada para a maioria das pessoas.

5. Ter atenção ao usar a geladeira

Embora gastem menos energia que o ar condicionado, as geladeiras da empresa também devem ser usadas de forma consciente. Para isso, oriente seus funcionários a guardar e retirar os alimentos de uma só vez para não ficar abrindo e fechando a porta.

Também é preciso pedir que as pessoas fiquem atentas às borrachas de vedação para garantir que as portas permaneçam bem fechadas. Como responsável pela empresa, além da conscientização, é importante providenciar que as geladeiras sejam instaladas em locais arejados e sem encostar em paredes e móveis.

6. Incentivar o uso das escadas

Estimular as pessoas a trocar os elevadores pelas escadas tem vários benefícios. Além da economia na conta de luz, essa sugestão ajuda a melhorar o condicionamento físico dos funcionários e ainda aumenta a disposição para outras tarefas cotidianas.

Quando o uso do elevador for imprescindível, a dica também é bastante simples. Peça que as pessoas apertem apenas o botão correspondente ao sentido para o qual desejam se deslocar. Isso fará com que apenas o elevador mais próximo seja acionado.

7. Evitar os horários de pico

Nós já falamos aqui no blog sobre horário ponta e fora ponta. Mas não custa lembrar: entre as 18h e 21h dos dias úteis a tarifa de energia chega a ter um preço três vezes maior quando comparada aos valores cobrados nas demais horas do dia.

Oriente então seus funcionários a tentar realizar suas atividades sempre dentro do horário comercial, fora do pico de consumo. Se for necessário estender o horário de trabalho para a noite, peça que eles redobrem os cuidados com todos os itens que listamos acima.

Com estas dicas simples, você conseguirá dar forma a uma campanha de economia de energia elétrica na sua empresa. E, para manter os funcionários sempre bem conscientizados da sua importância, também vale a pena:

  • Distribuir panfletos sobre a campanha
  • Espalhar adesivos informativos
  • Produzir vídeos educativos
  • Realizar reuniões periódicas sobre metas de redução

Por fim, se você quiser economizar ainda mais, nossa recomendação é que você migre para o Mercado Livre de Energia. Qualquer indústria ou comércio que esteja ligado em média ou alta tensão pode participar, desde que atenda a alguns requisitos.

Como consumidor livre, você poderá negociar tanto o preço da energia como as condições de pagamento. Além da redução nos custos, também é possível optar por tipos de geração de energia mais sustentáveis.

Quer saber como poupar até 35% na sua conta de luz no Mercado Livre de Energia? Acesse agora mesmo o site da Esfera Energia e converse com um dos nossos consultores sobre a possibilidade de terceirizar toda a gestão de energia elétrica da sua empresa com segurança.

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Entenda o que é energia sustentável e sua importância para o futuro do planeta

Entenda o que é energia sustentável e sua importância para o futuro do planeta

O conceito de energia sustentável nunca esteve tão em evidência como agora. E não é para menos, uma vez que as principais fontes energéticas mundiais, os combustíveis fósseis como petróleo, carvão mineral e gás natural, não vão durar para sempre e, após seu esgotamento, precisaremos continuar abastecendo lares e indústrias.

Para se ter uma ideia da importância do tema, a ONU o transformou em um dos seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Está lá no número 7: garantir o acesso a fontes de energia viáveis, sustentáveis e modernas para todos.

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Mas você sabe exatamente o que é energia sustentável? O que a diferencia das energias renováveis e qual a sua importância não só para o futuro energético, mas para a própria sobrevivência do planeta?

Para responder essas e outras perguntas sobre o assunto, preparamos um guia especial no qual você conhecerá os principais tipos de energia sustentável, seus benefícios e como ter acesso a eles no Mercado Livre de Energia. Boa leitura!

O que é energia sustentável?

O conceito de energia sustentável está intrinsecamente conectado ao de desenvolvimento sustentável. Em suma, é a energia capaz de suprir as necessidades da geração atual sem comprometer as necessidades das futuras gerações.

Detalhando ainda mais, é todo o tipo de energia que consegue manter um equilíbrio entre produção e consumo. Ela é gerada sem provocar grandes impactos ao meio ambiente e é consumida em quantidade e velocidade nas quais a natureza ou a ação humana conseguem repor.

O vídeo abaixo, do Media Lab Estadão, fala um pouco mais da importância de adotar práticas de sustentabilidade na geração de energia:

Com essa breve explicação, você deve estar imaginando que todas as fontes de energia renováveis são sustentáveis. Afinal de contas, se bem utilizadas, elas estarão sempre disponíveis.

O termo sustentável, porém, pode ser mais subjetivo do que imaginamos e variar de acordo com fatores além do tipo de fonte. Ficou confuso? Então vamos para o próximo tópico para saber a diferença entre energia sustentável e renovável.

Qual a diferença entre energia renovável e sustentável?

É muito comum pensar que todas as fontes de energia renováveis são sustentáveis, mas infelizmente, nem sempre isso é verdade. Para entender a diferença, vamos relembrar a definição de energia renovável.

Podemos chamar de renovável toda energia obtida de recursos naturais que nunca se esgotam, uma vez que são repostos pela própria natureza. Entre as principais fontes, podemos destacar a chuva, o sol, o vento e até mesmo as ondas e as marés.

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Até os recursos renováveis podem se esgotar

No entanto, vale lembrar que mesmo as fontes renováveis podem se tornar insustentáveis. Se um recurso for usado em uma quantidade ou velocidade superior à sua capacidade de reposição, ele se esgotará.

E aí reside a diferença. Além de ser renovável, a energia sustentável precisa ser usada com cautela e consciência. É fundamental preservar o meio ambiente e se adaptar ao desenvolvimento econômico e social das comunidades ao redor.

Um exemplo prático de energia renovável vs energia sustentável

Basta pensar, por exemplo, na energia hidrelétrica, a principal fonte da matriz energética brasileira. Como ela é obtida por meio do potencial hidráulico de um rio, ela é considerada renovável.

Porém, a construção de uma usina hidrelétrica pode causar danos graves ao meio ambiente. Não apenas prejudicando a fauna, a flora e a população ribeirinha, mas muitas vezes ameaçando a própria sobrevivência do rio.

Por isso, para ser considerado sustentável, o uso da energia hidráulica deve ser realizado de uma maneira que evite que o rio perca seu volume. Essa tarefa envolve preservar os mananciais e o fluxo de água e também toda a mata ao seu redor.

Com as fontes não renováveis, como o petróleo, cada vez mais próximas do esgotamento, é urgente que energia e sustentabilidade caminhem de mãos dadas. Nas próximas linhas você entenderá porque as próximas gerações precisam que medidas nesse sentido comecem a ser adotadas imediatamente.

Qual a importância da energia sustentável?

Para compreender a importância da energia sustentável, nada melhor que listar os benefícios que seu uso proporciona para o futuro energético do planeta assim como para a sobrevivência de nossos filhos e netos. Entre eles, podemos destacar:

Solução contra o aquecimento global

Segundo a Organização Meteorológica Mundial, o acúmulo de dióxido de carbono na atmosfera bateu um novo recorde em 2020. A organização ressaltou ainda que somente quando as emissões geradas pela queima de combustíveis fósseis se aproximarem de zero será possível começar a reduzir a concentração desse gás na atmosfera.

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Junto ao metano e ao óxido nitroso, o dióxido de carbono é um dos principais gases do efeito estufa responsáveis pelo aquecimento global. As consequências climáticas, como degelo, aumento do nível dos mares, desertificação e alteração do regime das chuvas, já estão sendo sentidas ao redor do mundo.

A solução não passa apenas por parar de usar combustíveis fósseis, mas também por encontrar soluções alternativas. E é exatamente aí que entra a energia sustentável.

O uso de fontes renováveis e limpas de energia desponta como a melhor resposta ao aquecimento global. Razão pela qual a ONU, governos, empresas e pesquisadores de todo o planeta estudam formas de torná-las mais baratas e acessíveis.

Melhora na saúde da população

Outra consequência do efeito estufa é o aumento da contaminação atmosférica. O exemplo mais concreto disso está no fato de as autoridades chinesas decretarem alertas ambientais com grande frequência por conta das nuvens de poluição que costumam “engolir” Pequim.

Não é preciso ser um grande especialista para saber que o uso de energia sustentável também se refletiria em uma melhora geral da saúde da população. Afinal de contas, a poluição causa uma série de efeitos negativos diretos no nosso organismo, como infecções das vias aéreas, doenças cardiovasculares e câncer de pulmão.

Não podemos esquecer ainda que os danos sofridos pela atmosfera aumentam a incidência dos raios solares sobre a pele. Para o Brasil, onde 30% dos tumores malignos atingem justamente a pele, a energia sustentável também se torna assim um assunto de saúde pública.

Diversificação da matriz energética

Os benefícios da energia sustentável não se resumem ao meio ambiente e à saúde. Seu uso também traz reflexos econômicos positivos por conta dos efeitos da diversificação da matriz energética.

Vamos pensar novamente no caso do Brasil. Quem fica de olho no comportamento das bandeiras tarifárias sabe que, quando a conta de luz aumenta muito, a causa normalmente está relacionada com a escassez de chuvas para encher os reservatórios.

Investindo em outras fontes sustentáveis, como eólica, solar e biomassa, o país reduziria consideravelmente a dependência da energia hídrica. O resultado seria que os custos de geração, distribuição e consumo diminuiriam e você sentiria o impacto na redução da conta de luz, mas não na qualidade do serviço.

Quais os tipos de energia sustentável?

Após saber o que é energia sustentável e quais são seus benefícios, é hora de conhecer suas principais fontes. Confira uma versão resumida no infográfico abaixo e, em seguida, uma explicação mais detalhada sobre cada uma delas e de seu uso no Brasil.

1. Energia hidrelétrica

O Brasil pode ser considerado uma referência mundial no uso de energia renovável e sustentável justamente por seu potencial hídrico. A participação de energia hidrelétrica na matriz energética brasileira chega a mais de 60% do total.

No entanto, como ressaltamos acima, para a energia hidrelétrica ser realmente renovável é fundamental gerá-la com sustentabilidade. Apenas o uso consciente tornará a água um recurso inesgotável e disponível para as próximas gerações.

Nesse sentido, vale lembrar o recente acordo entre Belo Monte e Ibama. Um termo de compromisso assinado no início de fevereiro obriga que a empresa operadora da usina aplique uma série de medidas de mitigação de impactos estabelecidas pelo órgão ambiental para seguir operando de acordo com seu cronograma.

2. Energia solar

Além de ser renovável e abastecida por uma fonte inesgotável, a energia solar traz as vantagens de não poluir o planeta, exigir pouca manutenção e ainda gerar uma economia considerável na conta de luz. Mesmo assim, ela ainda não é usada em larga escala no Brasil.

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Para se ter uma ideia, o Brasil tinha até 2018 apenas 1 gigawatt em termos de capacidade instalada de geração fotovoltaica. A China, por sua vez, tem 130 gigawatts.

Um dos principais fatores que explicam esses números baixos é a falta de incentivo do governo. Apenas em 2013 a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) permitiu que as pessoas pudessem gerar sua própria energia e trocar o excedente por créditos na concessionária.

Além disso, existem poucas campanhas informativas sobre os benefícios da energia solar no Brasil. Isso faz com que muita gente se foque apenas em suas desvantagens, como o custo elevado da implementação.

3. Energia eólica

As vantagens da energia eólica são bem conhecidas: é limpa, sua fonte é um recurso inesgotável e diminui a dependência dos combustíveis fósseis. Por outro lado, os ventos são irregulares e os equipamentos para a construção de um parque eólico têm um custo expressivo.

Segundo dados da Aneel divulgados no primeiro semestre de 2020, as usinas eólicas representam cerca de 9% do total da capacidade instalada no Brasil. Isso significa que essa fonte de geração já é a terceira mais usada no país, atrás apenas das hidrelétricas e termelétricas.

A região que concentra a maior produção de energia eólica é o Nordeste. Em outubro de 2020, todo o país tinha 653 parques eólicos, com mais de 80% deles nesta região, principalmente porque as condições naturais são favoráveis para sua geração.

4. Energia de biomassa

Entre as matérias orgânicas queimadas para gerar biomassa, podemos destacar o bagaço da cana-de-açúcar, lenha, resíduos agrícolas e até mesmo excrementos de animais. Além da geração de energia elétrica e térmica, esse processo também permite a obtenção de produtos como:

  • Etanol
  • Carvão vegetal
  • Biodiesel
  • Biogás

Vale lembrar que o dióxido de carbono liberado na queima das matérias orgânicas é reaproveitado pela própria vegetação para realizar fotossíntese. Logo, esse tipo de energia pode ser considerada renovável e sustentável.

Atrás da hidrelétrica e da eólica, a biomassa aparece como a terceira maior fonte renovável da matriz energética brasileira, representando cerca de 9% do total. No país, o principal recurso aproveitado para sua geração é o bagaço da cana.

5. Energia geotérmica

Também conhecida como geotermal, a energia geotérmica é proveniente do calor do interior do planeta. Obtido através de rochas quentes, secas ou úmidas, e também do vapor, esse calor pode ser transportado para uma usina e transformado em eletricidade.

Apesar de ser uma das fontes renováveis menos custosas e mais confiáveis, a energia geotérmica ainda não decolou. Os principais obstáculos são as limitações geográficas e a falta de investimento em exploração de superfície e perfuração.

Embora não participe da matriz energética brasileira, a energia geotérmica cobre uma parcela significativa da demanda de eletricidade em países como Islândia, El Salvador, Nova Zelândia, Quênia e Filipinas. Além disso, é responsável por mais de 90% da demanda de aquecimento na Islândia.

6. Energia maremotriz

A energia maremotriz tem sido cada vez mais usada em países da Europa e da América do Norte. Mas, apesar de limpa e renovável, sua geração depende de sistemas similares ao das hidrelétricas, como a construção de barragens.

O problema é que essas barragens precisam ser construídas no litoral. Por conta dessa proximidade, algumas áreas podem acabar sendo inutilizadas para o banho de mar, o que pode acarretar impactos na economia local.

Levando em conta as saliências e reentrâncias, o Brasil tem 9200 quilômetros de litoral. Por isso, os pesquisadores se concentram agora em identificar os pontos de maior potencial para tornar o país pioneiro na América Latina na geração de eletricidade pelo movimento das marés.

7. Energia ondomotriz

Assim como no caso da maremotriz, o Brasil também apresenta um potencial interessante para a geração da energia ondomotriz. A diferença, no caso, é que já existe um projeto em solo nacional para transformar o movimento das ondas em eletricidade.

A Usina de Ondas do Pecém, no Ceará, foi construída em 2012 e se tornou o primeiro projeto do tipo na América Latina. As atividades chegaram a ser paralisadas em 2016, mas foram retomadas um ano depois.

A expectativa agora é que Pecém gere 100 quilowatts, o suficiente para abastecer até 60 famílias locais.

Desafios da energia sustentável

Como vimos, o potencial para o aproveitamento da energia sustentável no mundo, e em especial no Brasil, é gigantesco. Mas ainda existem obstáculos consideráveis que impedem que elas sejam usadas em larga escala e eles quase sempre estão relacionados com fatores econômicos.

Os investimentos iniciais na energia sustentável precisam ser volumosos e eles envolvem uma série de riscos. A performance da geração, por exemplo, depende de fatores climáticos e geográficos, que acabam incidindo na sazonalização dos contratos de compra e venda.

Para atrair mais investimentos em sustentabilidade na geração de energia, é preciso criar novos modelos de negócio e de gestão de riscos financeiros. Além disso, é fundamental apostar em campanhas de conscientização que mostrem a importância de todos fazerem sua parte.

Como migrar para o Mercado Livre?

Você mesmo pode participar fazendo sua empresa se juntar ao potencial de crescimento do Mercado Livre de Energia. Os consumidores livres podem escolher quais tipos de geração de energia contratar e optar por investir em fontes sustentáveis.

O ideal é que as empresas interessadas em fazer essa migração contem com uma consultoria especializada no Mercado Livre de Energia. O papel da Esfera Energia é justamente garantir que todos os procedimentos sejam feitos com eficiência, segurança e de acordo com as obrigações legais.

Quer melhorar a gestão de energia elétrica da sua empresa e ainda economizar até 35% na conta de luz? Entre em contato agora mesmo com um especialista da Esfera Energia!

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Gestão Empresarial

Indicadores de produção industrial: 7 métricas indispensáveis para uma gestão mais qualificada e com base em dados concretos

Indicadores de produção industrial: 7 métricas indispensáveis para uma gestão mais qualificada e com base em dados concretos

Para garantir a melhoria contínua dos processos de produção industrial, com redução de custos e mantendo a qualidade final das entregas, é indispensável fazer uso de indicadores de desempenho (KPIs).

Basicamente, essas ferramentas servem para mensurar, quantitativa e qualitativamente, diferentes aspectos de uma indústria.

A partir disso, consegue-se tomar decisões estratégicas com maior segurança e assertividade, pois elas passam a ser fundamentadas em dados concretos.

Os KPIs para indústrias podem melhorar a qualidade da gestão, permitindo identificar se o desempenho da produção está em conformidade com o que era esperado.

E, caso não estejam, procura-se descobrir maneiras de melhorar o processo, otimizando as atividades em busca de mais eficiência e produtividade.

Os indicadores de produção industrial permitem fazer um monitoramento mais eficaz da linha de fabricação. Além disso, essas ferramentas contribuem para a redução de custos operacionais e otimização dos processos internos.

Pensando nisso, trouxemos aqui 7 KPIs para indústrias que você precisa conhecer. Nas próximas linhas deste conteúdo, você vai conferir quais indicadores de produção industrial utilizar na sua empresa e tornar suas operações mais eficientes:

  1. Eficácia Geral do Trabalho – OLE;
  2. Produtividade Homem / Hora;
  3. On Time In Full – OTIF;
  4. Tempo Médio para Reparo – MTTR;
  5. Tempo de Inatividade;
  6. Tempo Médio entre Falhas;
  7. Eficiência Global dos Equipamentos – OEE.

7 indicadores de produção industrial para usar no seu modelo de negócio

Indicadores de desempenho do setor de indústrias são ferramentas indispensáveis para mensurar e acompanhar a performance das operações fabris.

Os KPIs fornecem dados e informações valiosas, que vão orientar a maneira de conduzir o negócio e facilitar a identificação de soluções para problemas que a empresa possa vir a enfrentar.

Confira a seguir quais indicadores de produção industrial implementar na sua fábrica.

1 – Eficácia Geral do Trabalho – OLE

A Eficácia Geral do Trabalho, ou OLE (Overall Labor Effectiveness) é um indicador que busca avaliar três variáveis do processo produtivo:

  • Disponibilidade: tempo em que os colaboradores ficaram disponíveis durante o expediente;
  • Desempenho: quanto os colaboradores conseguiram produzir durante o expediente;
  • Qualidade: quanto do que foi produzido está em perfeitas condições para a venda.

Multiplique essas três variáveis e você obterá o resultado o OLE.

2 – Produtividade Homem / Hora

O segundo indicador da nossa lista de KPIs para indústrias busca mensurar quanto cada colaborador é capaz de produzir por hora trabalhada.

Para fazer o cálculo, basta dividir o total de peças produzidas pelo total de horas trabalhadas.

Você pode comparar esse resultado entre máquinas, entre turnos e até individualmente entre os colaboradores. Também pode comparar com a produtividade geral do mercado em que atua para saber se sua empresa está competitiva no setor.

3 – On Time In Full – OTIF

O On Time In Full (OTIF) é um KPI que mostra a eficiência das entregas. Uma produção industrial eficiente precisa ser capaz de entregar os produtos completos (in full) dentro do prazo previamente estabelecido (on time).

O cálculo é feito multiplicando o percentual de entregas on time pelo percentual de entregas in full.

Hoje, com os mercados virtuais mais do que consolidados e até em ascensão, é cada vez mais importante monitorar suas entregas para satisfazer clientes cada vez mais exigentes com esses prazos.

4 – Tempo Médio para Reparo – MTTR

Esse indicador é mais voltado para a área de manutenção da fábrica. O Tempo Médio para Reparo, ou MTTR (Mean Time To Repair) calculo quanto tempo costuma-se levar, em média, para corrigir as falhas do processo produtivo.

Para calcular o MTTR, divida o tempo total gasto na correção de falhas pelo total de falhas corrigidas.

5 – Tempo de Inatividade

Outra métrica relacionada à área de manutenção do processo industrial é o Tempo de Inatividade. O objetivo desse KPI é mensurar quanto tempo os equipamentos da fábrica ficaram sem funcionar.

Ele pode ser analisado em conjunto com o indicador de desempenho industrial anterior, o Tempo Médio para Reparo, pois estão intimamente ligados.

Afinal, se uma máquina demora muito para ser reparada, isso significa que o tempo de inatividade do processo industrial será maior.

6 – Tempo Médio entre Falhas

O Tempo Médio entre Falhas, ou MTBF (Mean Time Between Failures) mede a frequência em que os equipamentos da produção industrial precisam passar por manutenção.

Some o tempo total entre cada falha e depois divida pelo total de falhas. Quanto maior for o Tempo Médio entre Falhas, melhor será o desempenho da indústria.

7 – Eficiência Global dos Equipamentos – OEE

Se o OLE mede a eficiência dos trabalhadores da fábrica, o OEE (Overall Equipment Effectiveness) se dedica a mensurar a eficiência das máquinas e equipamentos do processo produtivo.

Os três fatores analisados continuam sendo os mesmos:

  • Qualidade: equipamentos em perfeito estado;
  • Produtividade: quanto cada máquina tem conseguido produzir;
  • Disponibilidade: tempo dedicado à produção.

Multiplique o percentual de cada fator e encontre o resultado do OEE.

Você sabe como gerenciar indicadores? Agora que você já conhece vários deles, fundamentais para uma indústria, veja dicas de como gerenciá-los neste vídeo:

Bom, esses são os 7 principais indicadores de produção industrial. Ficou claro como utilizar cada um deles?

Implemente essas métricas no seu modelo de negócio e promova uma gestão mais qualificada e com base em dados concretos. Assim, seu processo produtivo será bem mais eficiente.

Este post foi escrito pela equipe da Siteware, uma empresa que une pessoas, operação e estratégia em um único software, para que as empresas melhorem seus resultados, sua comunicação e sua governança.

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Mercado Livre de Energia

Entenda como comprar energia no Mercado Livre de Energia

Entenda como comprar energia no Mercado Livre de Energia

Mais de 9,5 mil empresas brasileiras já se tornaram agentes do Mercado Livre de Energia Elétrica. Essas companhias desfrutam, principalmente, da possibilidade de comprar energia com valores inferiores àqueles que são praticados no Mercado Cativo.

Porém, a compra de energia elétrica no Ambiente de Contratação Livre (ACL) é um processo longo e burocrático, que pode oferecer riscos aos consumidores que não tiverem o acompanhamento adequado.

Continue conosco para entender como comprar energia no Mercado Livre e alcançar as melhores condições de contratação. Veja também quem pode atuar nesse ambiente e quais são os vendedores.

Quem pode comprar energia elétrica no Mercado Livre

Há dois tipos de consumidores que podem comprar energia elétrica no Mercado Livre de Energia no Brasil: consumidores livres e consumidores especiais.

  • Consumidor Livre: demanda mínima de 1.500 kW e possibilidade de escolha de seu fornecedor de energia elétrica por meio de livre negociação. Tem a possibilidade de contratar energia proveniente de qualquer fonte de geração.
  • Consumidor Especial: demanda entre 500 kW e 1.500 kW, com o direito de adquirir energia de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) ou hidráulica de empreendimentos com potência inferior ou igual a 50.000 kW, ou ainda de fontes incentivadas especiais (eólica, biomassa ou solar). 

Uma terceira alternativa possível para se tornar consumidor do Mercado Livre é a comunhão. Por meio dela, a empresa que não tenha demanda suficiente para operar sozinha no Ambiente de Contratação Livre pode realizar comunhão com outras unidades consumidoras para atingir o nível mínimo de demanda de 0,5 MW. 

Isso somente é válido para consumidores com o mesmo CNPJ e alocados no mesmo submercado ou localizados em área contígua (sem separação por vias públicas).

A comunhão permite que empresas vizinhas ou do mesmo grupo econômico somem suas demandas para chegar aos 500 kW e, assim, estejam aptas a comprar energia no Mercado Livre.

De quem é possível comprar energia no Mercado Livre

Apenas agentes cadastrados na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) podem comercializar energia elétrica. Entres aqueles que podem vender energia estão comercializadores, geradores, autoprodutores e importadores.

Há ainda a possibilidade de consumidores do Mercado Livre negociarem o excedente de energia elétrica com outros consumidores livres e especiais.

Os consumidores podem adquirir energia no Ambiente de Contratação Livre (ACL) por meio de contratos de compra de fonte incentivada ou fonte convencional. 

Fontes convencionais

No mercado de energia elétrica no Brasil, as fontes mais comuns são as usinas hidrelétricas de grande porte e as usinas termelétricas. Elas são chamadas de fontes convencionais.

Fontes incentivadas

Fontes incentivadas são usinas eólicas, solares, a biomassa, hidráulicas ou cogeração qualificada com potência injetada inferior ou igual a 50.000 kW.

Os consumidores de energia que compram de fontes incentivadas têm direito a redução entre 50% e 100% nas tarifas de uso do sistema de distribuição e transmissão (Tusd e Tust), que são os valores cobrados pelo transporte de energia.

O percentual de desconto para o consumidor depende da data de homologação da outorga ou do registro de usina na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do tipo de fonte de geração.

A oferta de desconto para compra de fontes incentivadas é uma forma de incentivo econômico para fontes renováveis no Brasil. 

Compra de energia das comercializadoras

Além de comprar energia das geradoras, o consumidor pode adquirir em negociação com as comercializadoras. 

Elas são agentes do Mercado Livre que não têm usinas próprias e adquirem a energia de diferentes fornecedores, para criar um portfólio de diversos produtos para os consumidores.

Os comercializadores são regulamentados pela Aneel e devem possuir capital social integralizado de no mínimo R$ 1 milhão, além de comprovar aptidão para o desenvolvimento da atividade.

Conforme regulamentação da Aneel, os comercializadores devem gerir riscos de volume e preço para os seus clientes.

Como comprar energia elétrica no Mercado Livre

No Mercado Livre de Energia, os consumidores negociam livremente preços, prazos e volumes com as geradoras ou comercializadoras. 

Para a compra de energia elétrica, é recomendável que essas empresas adotem estratégias de longo prazo, já que as variações de custos de energia no Brasil podem tornar os valores menos vantajosos do que no Mercado Cativo.

Geralmente, o Ambiente de Contratação Regulada (ACR) está mais suscetível a variações de preço, especialmente pela cobrança de bandeiras tarifárias aplicadas em momentos de queda no volume de chuvas. Porém, essas variações afetam também o Mercado Livre.

Para a compra de energia elétrica ser bem-sucedida e o consumidor encontrar as melhores condições, é importante que haja a análise de seu perfil de consumo. Inclusive, realizar estudos de viabilidade econômica é um dos passos na migração para o Mercado Livre de Energia.

Assim como acontece no mercado de investimentos, as estratégias de compra de energia no ambiente livre seguem os perfis dos consumidores.

Consumidores de perfil conservador

Para consumidores com maior aversão a risco, a estratégia de compra de energia elétrica no Mercado Livre busca contratos longos, que ofereçam maior previsibilidade de custos para a empresa.

Os preços aplicados são negociados para todo o período de vigência do contrato.

Consumidores de perfil arrojado

No caso de consumidores cujo perfil seja de menor aversão a risco, as estratégias de compra de energia elétrica no Mercado Livre buscam contemplar oportunidades de maiores vantagens econômicas. 

Para aquisição de energia com menor preço, é possível contratar volumes inferiores à necessidade de longo prazo e comprar o restante em contratos de curto prazo, visando aproveitar momentos de queda de preço.

Entretanto, esse risco é mais alto para o comprador, que ficará mais suscetível às variações de tarifas. Por isso, é recomendável o acompanhamento de uma consultoria especializada em transações no Mercado Livre de Energia.

É possível ainda que os contratos prevejam consumo flexível, para que haja redução do risco de déficits e superávits. Os percentuais de flexibilidade devem ser negociados entre consumidores e vendedores.

Quer saber como o preço de energia é calculado no Mercado Livre? Confira o vídeo abaixo:

https://youtu.be/rnAV0xzKbEY

Como evitar riscos na compra de energia no Mercado Livre

Apenas os agentes autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e registrados na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) podem orientar consumidores que desejam migrar do Ambiente de Contratação Regulada, conhecido como Mercado Cativo, para o Mercado Livre.

É recomendável que a migração e a compra de energia no Mercado Livre sejam acompanhadas por consultorias especializadas no Ambiente de Contratação Livre (ACL).

Se sua empresa deseja migrar do Mercado Cativo e se tornar uma agente do Mercado Livre de Energia, a Esfera Energia realiza o planejamento de migração com análises técnica e regulatória minuciosas, deslumbrando, desde o começo, os ganhos a serem gerados. 

Os consumidores ganham voz na negociação com os maiores geradores de liquidez deste mercado em busca dos melhores termos para os seus orçamentos, sem conflitos de interesse ou qualquer forma de comissionamento.

O acompanhamento vai desde a contratação de energia até as questões burocráticas que envolvem a migração, com ações rápidas a cada ajuste regulatório. 

Para que sua empresa encontre as melhores condições de compra de energia no Mercado Livre, fale com um especialista Esfera!