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Aconteceu em Julho: Reflexo do baixo nível dos reservatórios da região Sudeste e Centro – Oeste marcam PLD teto e melhorias da CPAMP

Aconteceu em Julho: Reflexo do baixo nível dos reservatórios da região Sudeste e Centro – Oeste marcam PLD teto e melhorias da CPAMP

Julho foi o primeiro mês deste ano a registrar PLD teto (R$583,88/MWh) durante todo o período, reflexo da situação crítica dos reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste.

Confira uma análise detalhada da crise hídrica atual

Há meses que a Comissão Permanente para Análise de Metodologias e programas Computacionais do Setor Elétrico (CPAMP) tem trabalhado para aprimorar os modelos computacionais NEWAVE e DECOMP, com a intenção de garantir o atendimento à carga do sistema, e buscar uma melhor sinalização financeira das condições do sistema através do PLD.

A proposta inicial que entrou em discussão considerava a implementação de três alterações nos modelos:
Atualização do modelo de representação hidrológica Par(p)-A para a geração dos cenário de afluências;
Recalibragem dos parâmetros do mecanismo de aversão a risco financeiro (CVaR);
Alteração no NEWAVE dos parâmetros de VMinOP (Volume Mínimo Operativo) dos reservatórios e inclusão da metodologia no DECOMP.

Nos testes iniciais, as alterações propostas elevavam significativamente o PLD médio dos próximos anos e de fato eram medidas eficazes para a recuperação dos reservatórios, mas seu efeito no mercado foi de uma forte elevação dos preços para os próximos anos, principalmente para 2022 e 2023, mas também abalou os preços de 2024 e 2025.

Ao decorrer das atividades do Grupo de Trabalho de Metodologia, responsável pela análise da proposta, foram notadas inconsistências do modelo Par(p)-A, que levou a postergação de sua implementação, levando a CPAMP a apresentar nova proposta alterando ainda mais os parâmetros do CVaR para “compensar” a saída do Par(p)-A. Apesar de eficaz, agentes do setor se referiram à nova medida como um “atingir meta”, que não foi bem aceito no âmbito da comercialização de energia, fazendo com que as alterações do CVaR também fossem declinadas.

Assim, apenas a alteração dos parâmetros de VMinOP, conforme a tabela abaixo, foram sugeridas para implementação nos modelos em 2022.

Por si só, a mudança do VMinOP não foi capaz de manter a elevação dos preços que o mercado vinha observando com todas as alterações. Dessa forma, os preços de contratos para os próximos anos deram uma recuada após a publicação do CPAMP, porém o movimento de recuo dos preços não durou muito devido a publicação da 2ª Revisão Quadrimestral da Carga ao final de julho.

Pautado em uma projeção de PIB de 5% para o ano de 2021 e uma curva crescente do índice de confiança da indústria nos últimos meses, o ONS em conjunto com a EPE e a CCEE apresentou uma expectativa de elevação da carga superior à 2 GWm para os meses restantes de 2021 (setembro a dezembro). Veja abaixo o acompanhamento da projeção de carga publicada.

De fato, a carga vem realizando acima do projetado pela 1ª Revisão publicada em abril, porém a elevação foi superior à esperada pelo mercado, o que garantiu a manutenção dos preços elevados para os produtos de longo prazo.

Acompanhamento do consumo de energia

Em Julho o consumo de energia do sistema começou a apresentar uma recuperação em relação aos níveis observados ao final do mês anterior. Apesar das temperaturas mais baixas, o movimento de elevação já era esperado devido ao perfil sazonal do consumo no país.

Para as próximas semanas, é esperada uma permanência da tendência de elevação da carga, e a própria 2ª Revisão Quadrimestral da Carga mostra isso, apesar de apresentar uma perspectiva exagerada, ao nosso ver.

PLD Horário

Conforme comentado anteriormente, o mês de julho apresentou PLD teto (R$ 583,88/MWh) em todos os dias e para todos os submercados. Apesar da situação refletir uma baixa liquidez no mercado de energia, foi importante para compreender melhor a dinâmica de ajuste dos preços horários a fim de garantir que a média diária não extrapole o limite estrutural.
Os domingos apresentaram a maior amplitude de PLD em todas as semanas, em decorrência da metodologia aplicada para que o PLD atinja o máximo estrutural. Assim, reforçamos o ponto de atenção aos riscos de modulação para os consumidores que possuem grandes cargas alocadas aos horários de ponta de consumo nos finais de semana.




Acompanhamento dos reservatórios

O reservatório equivalente do submercado Sudeste/Centro-Oeste fechou o mês de julho em 26% da sua capacidade máxima, atingindo a marca de pior nível observado do mês desde 1996, ficando abaixo inclusive do registrado em 2001, ano no qual tivemos o apagão. Com a permanência das expectativas de chuvas abaixo da média para os próximos meses, os reservatórios permanecem em tendência de queda para os próximos meses, se mantendo nos piores níveis já observados. Como resultado, o sistema fica cada vez mais dependente das chuvas, principalmente do próximo período úmido, o que é um risco para a garantia de atendimento do consumo do sistema, podendo culminar em um cenário de racionamento em 2022, caso as chuvas não sejam suficientes para restabelecer os reservatórios. Vale ressaltar que em um cenário de racionamento, a redução de consumo é compulsória, o que levaria a uma quebra na capacidade de produção e consequentemente a uma crise econômica, como vimos em 2001. Recentemente o governo federal abriu uma consulta pública a respeito da redução voluntária de demanda, projeto que visa fomentar a redução de consumo mediante o pagamento por cada MW médio reduzido de consumo. Clique aqui e acesse a portaria para mais detalhes.

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O que é e o que faz o Ministério de Minas e Energia?

O que é e o que faz o Ministério de Minas e Energia?

O Ministério de Minas e Energia (MME) é um órgão da administração federal que tem como objetivo criar e garantir a prática de políticas públicas relacionadas ao uso sustentável de recursos energéticos e minerais do país.

Esse ministério trabalha para que o país se desenvolva socioeconomicamente por meio de políticas que tornam o uso de diferentes tipos de geração de energia mais eficientes.

Além disso, o MME atua no Mercado Livre de Energia, regulando a compra e venda de energia de fontes independentes.

Quer entender melhor sobre o que é o Ministério de Minas e Energia, saber quem o integra atualmente e conhecer suas principais funções?

Continue lendo este artigo e entenda tudo sobre o funcionamento dessa estrutura administrativa essencial no nosso país.

O que é o Ministério de Minas e Energia?

A sigla MME significa Ministério de Minas e Energia. É um órgão ligado à estrutura do governo federal que trabalha com a criação e gestão de políticas públicas relacionadas ao uso dos recursos energéticos e minerais do país.

O trabalho do MME está associado ao do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), um órgão interministerial que cuida da distribuição da energia por todo o país, inclusive, dos lugares mais remotos.

Outros dois órgãos complementares são o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

A criação do Ministério de Minas e Energia aconteceu em julho de 1960 pela lei n° 3.782 durante a gestão do presidente Juscelino Kubitschek.

Em janeiro de 2019, o decreto nº 9.675 reestruturou o novo MME para a estrutura em que ele opera atualmente.

Conheça mais sobre o Ministério de Minas e Energia no vídeo abaixo de comemoração dos 60 anos do órgão:

https://youtu.be/EsuFQpJ542U

Quem são os integrantes do MME?

O atual ministro (gestão 2019-2022) responsável pelo MME é o Almirante de Esquadra Bento Albuquerque que acompanha o trabalho das respectivas secretarias abaixo:

  • Energia Elétrica;
  • Geologia Mineração e Transformação Mineral;
  • Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis;
  • Planejamento e Desenvolvimento Energético;
  • Secretaria Executiva.

estrutura-organizacional-mme

(Estrutura organizacional do Ministério das Minas e Energia | Fonte: site oficial MME.)

José Roberto Bueno Júnior e Antônio Carlos Ramos são respectivamente o Chefe de Gabinete e o Chefe de Gabinete Substituto do ministério.

Esses nomes representam o MME em entrevistas à imprensa, inaugurações e reuniões oficiais relacionados ao uso dos recursos energéticos no país.

Quais as principais funções do Ministério de Minas e Energia?

O Ministério de Minas e Energia tem um papel estratégico nas discussões sobre a políticas nacionais relacionadas ao uso dos recursos energéticos do país.

Além da energia gerada pelas hidrelétricas, outras fontes como energia solar, eólica, biocombustíveis, gás natural também entram no escopo da gestão.

Dessa forma, estuda e propõe maneiras para um uso mais eficiente dos recursos existentes no país. 

Para entender a função do MME destacamos as principais atribuições pelas quais a equipe é responsável.

1. Diretrizes de planejamento

O trabalho do MME inclui a criação de diretrizes para o planejamento da área de Minas e de Energia e também das políticas tarifárias nacionais.

Isso envolve tanto o Ambiente de Contratação Regulada (ACR) quanto o Ambiente de Contratação Livre (ACL), também chamado de Mercado Livre de Energia.

O primeiro diz respeito às operadoras de energia padrão utilizadas pela maioria da população. Já o segundo se refere aos fornecedores de energia que negociam livremente a compra e venda de energia de forma personalizada para os compradores. 

Leia também: O que é tarifa de energia elétrica e o que mais é cobrado na conta de luz.

2. Criação de políticas nacionais

As políticas nacionais criadas pelo Ministério de Minas e Energia passam por diferentes áreas com o objetivo de criar ações que aproveitem ao máximo os recursos do país e nossa capacidade produtiva. 

Algumas ações e estudos passam por assuntos como:

  • geologia, que analisa os meios de explorar e produzir recursos minerais e energéticos;
  • como recursos hídricos, fotovoltaicos e outras fontes podem ser aproveitados para gerar energia elétrica;
  • atividades de mineração e transformação mineral;
  • uso de petróleo, biocombustíveis, gás natural e energia nuclear como fonte de energia.

3. Planos de integração com outros países

Quando o país deseja unir recursos para a geração de energia, o Ministério de Minas e Energia está envolvido ativamente nas negociações.

A usina hidrelétrica de Itaipu, por exemplo, é resultado de um trabalho conjunto de Brasil e Paraguai na geração de energia elétrica para os dois lados da fronteira. 

Além de estudar o projeto, os detalhes relacionados à integração do sistema elétrico nacional também estão entre as funções realizadas pelo ministério.

4. Práticas de sustentabilidade

A exploração dos recursos energéticos precisa seguir práticas sustentáveis para que a produção de energia tenha longevidade.

O Ministério de Minas e Energia também inclui práticas de sustentabilidade no planejamento do setor energético nacional para que a produção seja eficiente, mas também que preserve as fontes geradoras.

A produção eficiente e o uso consciente de energia de qualquer fonte é essencial para o desenvolvimento econômico, social e ambiental do país.

5. Segurança do setor elétrico brasileiro

O Ministério de Minas e Energia também tem a função de monitorar a segurança de todo aparato gerador de energia do país.

Esse trabalho garante que cada sistema gerador opere sem interferência de terceiros e com equipes capacitadas para gerir cada unidade produtora.

6. Ações preventivas sobre oferta e demanda

Para que a oferta e demanda de energia estejam em equilíbrio, o Ministério de Minas e Energia cria ações preventivas para driblar qualquer imprevisto relacionado ao abastecimento.

Assim, o mercado consegue se manter ativo, com as empresas funcionando seguindo todas as diretrizes legais determinadas pelo ministério.

Entendeu o que faz o Ministério de Minas e Energia?

Entender o funcionamento dos órgãos relacionados à energia permite estudar melhor as possibilidades de obter energia a um menor custo.

Se a sua empresa busca por uma maneira de gerenciar melhor os gastos relacionados à energia, a equipe de consultores da Esfera pode te ajudar.

Entenda como comprar energia no Mercado Livre de Energia e quais as regras do Mercado Livre de Energia que você precisa conhecer.

A Esfera Energia é uma empresa que realiza a consultoria completa para ajudar seus clientes a migrarem para o Mercado Livre de Energia.

Fazemos a contratação de energia sob medida para seu negócio e operamos em conformidade com as normas da CCEE e ONS. 

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