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O que é e como funciona o MRE (Mecanismo de Realocação de Energia)?

O que é e como funciona o MRE (Mecanismo de Realocação de Energia)?

Entender o funcionamento do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) é importante pois ele está diretamente relacionado à operação das usinas hidrelétricas no Brasil, garantindo que todas as regiões tenham energia suficiente para suprir suas respectivas demandas. 

Além disso, por meio do MRE é possível contornar os riscos relativos aos períodos de seca, de modo que todo o sistema permaneça abastecido e equilibrado. 

Explicaremos todos os detalhes sobre o assunto a seguir, continue lendo!

O que é MRE e como funciona?

MRE é a sigla para Mecanismo de Realocação de Energia, o qual contempla as usinas hidrelétricas que estão sujeitas ao despacho centralizado do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). As Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) não são obrigadas a participar, mas têm essa opção.

Basicamente, o propósito do MRE é distribuir, contabilmente, a energia total gerada no mecanismo entre todas as usinas participantes, tendo ela gerado ou não, visando o uso ótimo da água no Sistema Interligado Nacional (SIN), mitigando assim o risco de um déficit de energia.

Para que serve o Mecanismo de Realocação de Energia?

O MRE serve para “equilibrar” a produção energética do país e garantir que todas as regiões tenham a energia necessária, especialmente em períodos de seca. 

Considerando que o Brasil tem uma grande extensão territorial, alguns locais são mais abundantes em recursos hídricos, enquanto outros são mais carentes.

Dessa forma, quando uma usina produz mais do que o necessário, é possível realocar a energia para as regiões em que a geração de energia foi abaixo do que estava previsto.

Além disso, esse sistema também é utilizado para fazer um melhor uso da água no país, já que a otimização pode ocorrer em usinas que estão em um mesmo rio.

Como o aproveitamento não é o mesmo ao longo de sua extensão, o MRE torna possível um ganho do aproveitamento por meio do despacho centralizado feito pelo ONS.

Como funciona o despacho de energia centralizado?

O despacho de energia centralizado ocorre por meio do ONS e é um conjunto de ações que ocorrem para garantir a operação de todo o sistema energético do país de acordo com os critérios que foram acordados para cada usina, de modo que toda a demanda seja suprida.

A definição resumida da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) é a “energia gerada por uma ou mais usinas do sistema, alocada pelo órgão de coordenação da geração.”

Assim, é papel do ONS controlar toda a operação das linhas de transmissão de alta tensão, subestações e equipamentos, bem como a programação de todas as transações de energia elétrica com outros sistemas. 

Como o sistema energético no Brasil conta com diferentes tipos de geração de energia, é imprescindível ter um planejamento e uma programação bem definidos para garantir que todo o sistema opere com o melhor aproveitamento e com o menor custo possível. 

É por isso que o ONS define a programação da operação correspondente ao despacho das usinas responsáveis pelo gerenciamento da demanda de energia do país. 

Isso é possível pois os geradores devem informar previamente o volume de energia que irão produzir e qual será o preço. Em seguida, o operador do sistema consegue definir qual será a oferta e a demanda do período, para então determinar quais usinas devem ser despachadas. 

Vale acrescentar que aqui, como estamos tratando de usinas hidrelétricas, o despacho é centralizado, diferentemente das usinas eólicas e solares, por exemplo, que têm um despacho descentralizado.

Qual a relação entre o MRE e o GSF?

A “sopa de letrinhas” do mercado de energia às vezes pode confundir, então vamos explicar também porque o GSF aparece relacionado ao MRE. 

GSF é a sigla para Generation Scaling Factor, o qual é calculado todos os meses e é a razão entre o volume de energia gerado pelas usinas no MRE e o total de Garantia Física (geração mínima atribuída a cada usina para suprir a carga de todo o sistema) de tais usinas.

Em períodos em que o GSF está baixo, os geradores podem ficar expostos ao Mercado de Curto Prazo (MCP), no qual são contabilizadas as diferenças entre a energia contratada e o volume que realmente foi gerado ou consumido. O preço é determinado pelo Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), referência de valores no Mercado Livre de Energia.

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Essa exposição se deve ao fato de que eles precisam honrar com seus contratos de venda, então é necessário comprar mais energia para suprir a demanda acordada. Com o surgimento do Mecanismo de Realocação de Energia, a proposta é compartilhar o “risco hidrológico” entre todas as usinas do SIN.

Dessa forma, caso alguma usina forneça menos energia do que estabelecido em sua Garantia Física, todo o sistema precisa absorver igualmente o déficit. Isso acontece justamente por conta da aplicação do GSF sobre a Garantia Física de todas as usinas participantes da rede.

Porém, algumas usinas começaram a entrar com ações judiciais para não ter que arcar com esses custos, os quais são considerados inadimplências na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Diante desse cenário, em 2020 o governo aprovou um Projeto de Lei para resolver alguns pontos relacionados ao GSF e aqui explicamos os detalhes sobre isso.

Como fazer uma melhor gestão da energia da sua usina?

Agora que você já entendeu o que é o MRE e como ele funciona para “balancear” as operações no país, é importante fazer uma gestão adequada da energia produzida para estar preparado para os mais diferentes cenários.

Para isso você pode contar com a Esfera Energia, referência nacional em gestão de energia no Mercado Livre de Energia. Atualmente gerenciamos 6% de toda a energia produzida no Brasil, atendemos 70 unidades geradoras e gerimos mais de 10 GW de potência.

Com a Esfera você tem mais inteligência para identificar o melhor momento e preço de venda, conta com uma equipe preparada para resolver suas preocupações regulatórias, tem acesso a compradores diversos para você conseguir vender com liquidez e muito mais.

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Despacho centralizado: entenda como o ONS coordena a geração das usinas

Despacho centralizado: entenda como o ONS coordena a geração das usinas

O sistema de energia elétrica do Brasil é formado por centenas de usinas espalhadas pelo país e controladas por diferentes proprietários. Para garantir a confiabilidade e a viabilidade econômica do fornecimento, a coordenação das operações do Sistema Interligado Nacional (SIN) é realizada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) por meio do despacho centralizado.

Criado em 1998, o ONS controla a geração e a transmissão das usinas de diferentes tipos de geração de energia que fazem parte do SIN, mas vai além. O Operador Nacional também cuida do planejamento da operação de sistemas isolados do país, tudo sob a fiscalização e regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O escopo de atuação do ONS não se restringe ao SIN porque muitas usinas não se enquadram nos critérios para fazer parte do sistema e operam por meio de um tipo diferente de despacho de geração: o descentralizado.

Mas, afinal, qual a diferença entre despacho centralizado e descentralizado? Como cada um deles funciona e como o ONS coordena a geração das usinas do país? Confira a resposta para essas e outras perguntas logo abaixo!

As diferenças entre despacho centralizado e descentralizado

Antes de falar sobre os dois tipos de despacho, recomendamos que você assista ao vídeo abaixo para entender o papel do ONS no abastecimento energético de lares e indústrias:

https://www.youtube.com/watch?v=zafw717Jhx0

Agora que você já sabe como as operações do SIN são coordenadas para atender a demanda de energia de todo o país, é hora de responder algumas perguntas. Começando pela mais básica…

O que é despacho de geração?

Na definição da Aneel, despacho de geração é a energia gerada por uma ou mais usinas do sistema, alocada pelo órgão de coordenação da geração. O tipo de usina vai determinar a modalidade de despacho e também quais procedimentos devem ser executados junto ao ONS.

O que é despacho centralizado?

Despacho centralizado é o conjunto de instruções e ações de coordenação e controle de um sistema elétrico integrado, que envolvem tanto o planejamento como a operação em tempo real e a pós-operação. Na prática, é a forma como o ONS define a programação de geração de cada uma das usinas do SIN.

A grande maioria dos despachos de usinas no Brasil são centralizados. Nessa modalidade, as unidades geradoras informam quanta energia querem produzir e a qual preço para que o ONS determine as curvas de oferta e de demanda.

Essas curvas são analisadas e cruzadas para que seja encontrado um ponto de equilíbrio. É nesse momento que o ONS faz o despacho de usinas cujas ofertas de preço são menores ou iguais a esse ponto.

Vale ressaltar que nem toda unidade geradora opera dessa forma. Segundo o ONS, o despacho centralizado é a modalidade de operação das usinas tipo I, no qual se enquadram:

  • Usinas conectadas na rede básica, independente da potência injetada no SIN e da natureza da fonte primária;
  • Usinas ou conjunto de usinas conectadas fora da rede básica que impactam a segurança da rede de operação;
  • Usinas cuja operação hidráulica possa afetar a operação de usinas existentes programadas e despachadas centralizadamente.

Já que citamos o SIN, aproveite e confira o vídeo abaixo com todos os detalhes sobre o Sistema Interligado Nacional:https://youtu.be/PjSuc8ZKA2g

Como funciona o despacho de energia centralizado?

O objetivo da centralização das operações pelo ONS é atender a demanda de todo o Brasil através do despacho de usinas. Para entender seu funcionamento, nada melhor do que recorrer a um exemplo prático.

No último dia 13 de março, o ONS informou que efetivou o despacho de mais usinas termelétricas em janeiro devido à escassez de chuva entre o final de 2020 e o início de 2021. Quando chove pouco, diminui o nível dos reservatórios das hidrelétricas, principal fonte energética do país.

Nesse cenário, o governo precisa poupar a água desses reservatórios e reduzir a produção das hidrelétricas. Para evitar que ocorra um déficit de energia, ou seja, um desequilíbrio entre a oferta e a demanda, o ONS é obrigado a acionar mais as termelétricas.

Outros exemplos do funcionamento do despacho centralizado podem ser encontrados em atividades mais corriqueiras. Pense, por exemplo, na operação diária das hidrelétricas.

A capacidade de produção de uma usina que não esteja na cabeceira da cascata depende do uso da água tanto por parte de outras usinas quanto por usuários de outros setores. Isso significa que, se a usina A produzir mais energia do que deveria, vai diminuir a disponibilidade de água para a usina B.

E é aí que entra mais uma vez o despacho centralizado: para evitar a “disputa pela água” e garantir um abastecimento integrado e equânime de todo o território.

O que é despacho descentralizado?

O despacho descentralizado é a modalidade seguida por usinas que, por conta de seu impacto limitado na geração do Sistema Interligado Nacional, não têm suas operações coordenadas pelo ONS. São dois os tipos de usina que se enquadram nesta categoria.

Um deles é formado pelas unidades de tipo II, que têm a programação centralizada, mas não o despacho, e que incluem:

  • Usinas ou conjunto de usinas não classificadas como tipo I com injeção líquida superior a 30MW (no caso de centrais térmicas, incluindo biomassa e centrais hidráulicas) e 20MW (no caso de centrais eólicas) para as quais se identifica a necessidade de informações para possibilitar sua representação individualizada nos processos de planejamento e programação da operação e pós-operação;

  • Usinas Térmicas – UTEs não classificadas como tipo I, com potência líquida injetada inferior a 30 MW e que têm Custo Variável Unitário – CVU declarado.

    O despacho descentralizado também é o modelo adotado pelas usinas de tipo III, cuja programação também não é centralizada e engloba todas unidades não classificadas nas modalidades I e II.

Como funciona o despacho de energia descentralizado?

Embora não tenham suas operações coordenadas pelo ONS, as usinas que funcionam por meio de despacho descentralizado também precisam cumprir algumas obrigações. Entre as responsabilidades das unidades de tipo II, podemos destacar:

  • Participar dos processos voltados a: ampliações e reforços, planejamento e programação da operação;
  • Ter a programação da operação centralizada e estabelecida pelo ONS quando necessário para atender condições operativas específicas.

    Já as unidades de tipo III, caso tenha relacionamento com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), precisam:

  • Estabelecer as responsabilidades, as sistemáticas e os prazos para a elaboração e aprovação de projeto, montagem e comissionamento do SMF (Sistema de Medição para Faturamento), para a manutenção e inspeção desse sistema, para a leitura dos medidores e para certificação de padrões de trabalho.

Por essas razões, seja o despacho centralizado ou descentralizado, é importante contar com o apoio de uma boa consultoria para auxiliar sua empresa em todos os processos operacionais e regulatórios. E isso vale também para aquelas que integram ou querem migrar para o Mercado Livre de Energia.

A equipe da Esfera Energia monitora todas as atividades regulatórias, como audiências públicas, reajustes tarifários, alterações nas legislações setoriais e outras variáveis. É dessa forma que ela consegue potencializar os ganhos ou reparar possíveis perdas de seus clientes.

Se você ficou interessado em saber mais sobre como podemos ajudar sua empresa, fale agora mesmo com um especialista da Esfera!

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Aconteceu em Maio: O descolamento do PLD entre os submercados e o comportamento do PLD Horário

Aconteceu em Maio: O descolamento do PLD entre os submercados e o comportamento do PLD Horário

No mês de maio ocorreu um erro de parametrização dos modelos de precificação que geram o PLD, o que ocasionou um descolamento desproporcional, acima do esperado pelo mercado no início do mês.

Confira sobre esse e outros assuntos que aconteceram no mês.

O comportamento do PLD Horário

O PLD apresentou um comportamento estável durante o mês de maio, com o padrão típico de preços mais elevados durante a semana e menores aos finais de semana e feriados, porém com uma amplitude relativamente alta dentro do mesmo dia, com diferenças entre o mínimo e o máximo ultrapassando os  R$150/MWh em determinados dias, fechando o mês em R$218,70/MWh no submercado Sudeste/Centro-Oeste.

Os submercados Nordeste e Norte fecharam o mês com um PLD médio de R$189,32/MWh e R$189,12 respectivamente. Ambos marcados com uma tendência de elevação durante o mês, chegando ao final em patamares médios diários mais próximos dos demais submercados, fato que deve se intensificar à medida em que se aproxima do final do período chuvoso da região Norte.

Já para o submercado Sul, o PLD médio fechou em R$226,16/MWh, um descolamento de R$7,46/MWh em relação ao PLD do Sudeste/Centro-Oeste, resultado de uma parametrização inconsistente no limite de intercâmbio da região Sul no modelo DESSEM, ocasionando  valores de PLD médio para esse submercado muito superiores aos demais submercados nos 3 primeiros dias do mês.

A correção foi implementada no dia 04, seguindo regras previstas na Resolução Normativa ANEEL n° 843/2019, não apresentando praticamente mais descolamento no decorrer do mês. 




Comparação do PLD horário com o PLD Semanal

O mês de maio foi um mês onde foi possível compreender melhor as diferenças entre o PLD horário e o PLD semanal, onde observamos que a representação horária (modelo DESSEM) foi muitas vezes superior aos valores representados de forma semanal (modelo DECOMP), como nas primeiras semanas do mês, porém em algumas semanas apresentaram valores inferiores.

Tal descasamento é resultado da melhor representatividade tanto da carga (consumo de energia) quanto da geração do SIN, bem como da maior periodicidade da atualização dos inputs dos modelos, fazendo com que o modelo DESSEM represente melhor a operação de fato e capture as mudanças que podem ocorrer durante os dias da semana.

Acompanhamento da Carga

Apesar da carga apresentar movimento lateral nas últimas semanas, a tendência é que ocorra uma redução natural sazonal, devido à temperaturas menores no meio do ano.

No entanto, mesmo com essa redução, a carga deve permanecer em patamares superiores a 2020 e 2019, devido à retração da carga no início da pandemia, a projeção de temperatura acima da normalidade, bem como a expectativa de redução do efeito das férias escolares em decorrência da pandemia.

Energia Armazenada

O nível do reservatório do Sudeste/Centro-Oeste sofreu um deplecionamento em torno de 2,5% fechando em 32,1% da capacidade máxima de armazenamento, um dos piores níveis já observados no histórico para o mês, ficando apenas acima do ano de 2001, ano no qual ocorreu a crise energética nacional.

Um cenário bem preocupante, pois com a entrada no período seco, a expectativa de chuvas são baixas resultando em uma tendência de deplecionamento dos reservatórios e até mesmo de ocorrer um déficit de energia.

Entenda mais sobre a crise hídrica e a sua relação com a economia do País

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Entenda o que é tarifa de energia elétrica e o que mais é cobrado na conta de luz

Entenda o que é tarifa de energia elétrica e o que mais é cobrado na conta de luz

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ibope e pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), 84% dos brasileiros consideram a conta de luz cara ou muito cara. Embora a insatisfação seja justificável, é fundamental ressaltar que a tarifa de energia elétrica é apenas um dos elementos que compõem o preço final que desembolsamos todos os meses.

Para se ter uma ideia, um estudo do Instituto Acende Brasil e da PwC indica que o peso dos tributos e encargos já representa 47,3% do valor total da conta de luz. A carga está concentrada principalmente em impostos como ICMS, PIS e Cofins, que não fazem parte da tarifa e respondem por 36,5% desses 47,3% apurados.

Mas, afinal, quais são os fatores que compõem a tarifa de energia elétrica? Como ela é calculada e de quem é a responsabilidade de fazer esse cálculo? Quais são os estados brasileiros que pagam mais?

Encontre as respostas para estas e outras perguntas logo abaixo. Ao final do texto, também mostraremos porque o Mercado Livre de Energia é uma ótima opção para quem quer fugir das tarifas cada vez mais caras.

O que é tarifa de energia elétrica?

Tarifa de energia elétrica é a composição dos valores de investimentos e operações técnicas realizadas durante os processos de geração, transporte (transmissão e distribuição) e comercialização. Ela não representa o valor total da conta de luz, uma vez que ainda são adicionados encargos para custear a aplicação de políticas públicas.

De acordo com a Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996, o sistema de tarifação de energia é uma competência da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Ou seja, é a agência que define e detalha os valores que são divulgados mensalmente nas contas que recebemos em nossas casas e empresas.

Ao definir o valor da tarifa, a Aneel deve assegurar que este será suficiente para cumprir os seguintes objetivos:

  • Garantia do fornecimento de energia;
  • Cobertura dos custos operacionais dos prestadores de serviços;
  • Remuneração dos investimentos para expandir a capacidade;
  • Qualidade do atendimento.

Como funciona a tarifa de energia elétrica?

Para calcular as tarifas de energia elétrica no Brasil, a Aneel considera três custos distintos: geração de energia, transporte de energia, encargos e tributos.

Em relação à geração, o valor da energia adquirida pelas distribuidoras das geradoras é determinado nos leilões de energia, nos quais os responsáveis pelo fornecimento competem para atender à demanda. Estes leilões são realizados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) com delegação da ANEEL.

Já os custos do transporte da energia são divididos em dois segmentos: transmissão e distribuição. Primeiro, a transmissão entrega a energia para a distribuidora e, em seguida, a distribuidora leva a eletricidade ao consumidor final.

Por sua vez, os encargos setoriais, assim como os tributos, são instituídos por lei, e não pela Aneel. Eles incidem tanto sobre a geração como sobre a transmissão e distribuição.

Outro fator que influencia o cálculo é o sistema de bandeiras tarifárias, cujo objetivo é equilibrar os custos das distribuidoras com a aquisição de energia e o preço é repassado aos consumidores. As bandeiras passaram a valer em 2015 para todo o Sistema Interligado Nacional (SIN), exceto em Roraima, que não faz parte dele.

Com as cores dos semáforos (verde, amarelo e vermelho), as bandeiras sinalizam se o consumidor terá ou não acréscimos na conta de luz. O valor pode oscilar mês a mês dentro de valores pré-determinados e de acordo com a necessidade do uso de termelétricas, acionadas quando o volume das chuvas está baixo.

Confira no gráfico abaixo como as bandeiras podem influenciar no valor da sua conta de luz:

tarifas de energia elétrica

O que pode ser cobrado na conta de luz?

Embora não sejam regulados pela Aneel, os encargos e tributos também constam na conta de luz junto com as tarifas de energia elétrica. Cobrados pelos governos federal, estadual e municipal, eles são repassados pelas distribuidoras diretamente aos cofres públicos.

Os encargos setoriais são custos não gerenciáveis das distribuidoras que são repassados aos consumidores para garantir o equilíbrio econômico-financeiro. São eles:

  • Conta de Desenvolvimento Energético (CDE);
  • Programa de Incentivo à Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA);
  • Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos (CFURH);
  • Encargos de Serviços do Sistema (ESS) e de Energia de Reserva (EER);
  • Taxa de Fiscalização dos Serviços de Energia Elétrica (TFSEE);
  • Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e Programa de Eficiência Energética (PEE);
  • Contribuição ao Operador Nacional do Sistema (ONS).Já os impostos obrigatórios são:
  • PIS – Programa de Integração Social;
  • COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social;
  • ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços;
  • CIP – Contribuição de Iluminação Pública.

Os três primeiros estão embutidos nos preços de bens e serviços e, além da conta de luz, também estão presentes nas faturas de água e telefone. Por sua vez, a CIP é cobrada para a manutenção de postes e lâmpadas da sua cidade.

Saiba mais sobre os encargos e tributos presentes na sua conta de luz assistindo ao vídeo abaixo, produzido pela Aneel:

Ranking das tarifas de energia elétrica no Brasil

Agora que você entendeu o sistema de tarifação de energia e o que mais pode ser cobrado na conta de luz, é hora conferir o ranking das tarifas de energia elétrica no Brasil. Os valores abaixo, vigentes no final de março de 2021, são a média por estado em R$/kWh (reais por quilowatt-hora):

  1. Pará – 0,703
  2. Rio de Janeiro – 0,702
  3. Amazonas – 0,693
  4. Tocantins – 0,647
  5. Mato Grosso do Sul – 0,645
  6. Mato Grosso – 0,636
  7. Maranhão – 0,628
  8. Minas Gerais – 0,618
  9. Alagoas – 0,583
  10. Acre – 0,582
  11. Piauí – 0,582
  12. Bahia – 0,577
  13. Roraima – 0,575
  14. Pernambuco – 0,574
  15. Rio Grande do Sul – 0,574
  16. Espírito Santo – 0,559
  17. Paraíba – 0,556
  18. Goiás – 0,548
  19. Ceará – 0,546
  20. Sergipe – 0,545
  21. São Paulo – 0,542
  22. Rio Grande do Norte – 0,519
  23. Distrito Federal – 0,515
  24. Rondônia – 0,514
  25. Paraná – 0,514
  26. Santa Catarina – 0,509
  27. Amapá – 0,505

Vale lembrar que os valores acima não contemplam tributos e outros elementos que fazem parte da conta de luz, como as bandeiras tarifárias. A exceção é o estado do Rio de Janeiro, onde, por conta de legislação estadual, o efeito da substituição tributária do ICMS é aplicado na tarifa.

Tarifas de energia elétrica no Mercado Livre

Se você concorda com a maioria dos brasileiros e acha a tarifa de energia elétrica da sua empresa cara ou muito cara, certamente vai se interessar pela possibilidade de economizar até 35% na conta de luz. Pois saiba que essa é umas das principais vantagens do Mercado Livre de Energia.

No Ambiente de Contratação Regulada (ACR), as tarifas são reguladas pela Aneel e sofrem oscilações de acordo com a bandeira tarifária vigente. Já no Ambiente de Contratação Livre (ACL), o preço, a forma de pagamento e o prazo são acordados entre o consumidor e a geradora ou a comercializadora de energia elétrica.

No vídeo abaixo explicamos quais são as vantagens e desvantagens do Mercado Livre de Energia:

Além dos menores custos, o Mercado Livre oferece outras vantagens para quem quer mais previsibilidade nos gastos e flexibilidade na contratação. Veja no gráfico a seguir as principais diferenças entre ACR e ACL:

tarifas de energia elétrica

Ficou interessado em fazer parte do Mercado Livre de Energia? A Esfera Energia oferece todo o suporte necessário, desde questões técnicas até trâmites burocráticos, para sua empresa migrar do ACR para o ACL.

Além disso, você também terá acompanhamento no momento da contratação da energia para conseguir uma economia real na conta de luz. Quer saber como? Fale agora mesmo com um especialista da Esfera!