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Entenda o que é cogeração qualificada e como ela melhora a eficiência energética

Entenda o que é cogeração qualificada e como ela melhora a eficiência energética

Enquadrada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na definição de energia incentivada, a cogeração qualificada recebe incentivos do governo para estimular seu uso. Mas você sabe o que torna esse tipo de geração de energia tão especial para receber o mesmo tratamento dado às fontes renováveis?

Antes de mais nada, é preciso entender o conceito de cogeração de energia. O termo se refere ao processo de geração simultânea de duas ou mais energias, normalmente elétrica e térmica, a partir do consumo de uma mesma fonte.

A cogeração surgiu há mais de 100 anos na Europa, por meio do uso do rejeito térmico das centrais termelétricas para outras finalidades, e foi adotado por indústrias ao redor do mundo até meados do século XX. Depois, acabou perdendo competitividade para a eletricidade produzida em grandes centrais.

Nos últimos anos, a busca por formas mais eficientes de gerar energia e a preocupação com a redução da emissão de gás carbônico deram novo impulso à cogeração. E isto também explica porque a Aneel criou o termo cogeração qualificada para promover a racionalidade energética por meio de incentivos.

Quer saber mais sobre o assunto? Nas próximas linhas, mostraremos o que é e como funciona a cogeração qualificada e também detalharemos todos seus benefícios. Confira!

O que é cogeração qualificada?

Cogeração qualificada é um termo usado pela Aneel para determinar os requisitos mínimos de eficiência para a geração de energia elétrica e térmica de uma mesma fonte primária. A agência explica o conceito, em detalhes, na sua Resolução Normativa nº 235, datada de 14 de novembro de 2006.

Em suma, esse é o documento que estabelece os requisitos para a qualificação de centrais termelétricas cogeradoras de energia. O cumprimento dos requisitos especificados ali permite a participação nas políticas de incentivo do governo ao uso racional dos recursos energéticos.

De acordo com essa resolução, o termo cogeração qualificada pode ser aplicado em dois grupos:

I – pessoa jurídica ou empresas reunidas em consórcio que produzam ou venham a produzir energia elétrica destinada ao serviço público ou à produção independente;

II – pessoa física, pessoa jurídica ou empresas reunidas em consórcio que produzam ou venham a produzir energia elétrica destinada à autoprodução, com excedente para comercialização eventual ou temporária.

No entanto, para conseguir a qualificação, assim como os incentivos, é preciso cumprir uma série de requisitos que detalharemos mais adiante. Antes, porém, vamos entender o que diferencia a cogeração da geração convencional.

Como funciona a cogeração de energia?

A cogeração de energia começa com a queima de um combustível fóssil, que produz o calor que será transformado em energia mecânica e, em seguida, em eletricidade. Ou seja, segue o mesmo esquema da geração convencional, porém com um detalhe que a torna mais eficiente: ela também gera energia térmica.

Para entender melhor, confira o gráfico abaixo detalhando como funciona a geração convencional:

Como podemos ver, a maior parte da energia contida na fonte primária usada é transformada em calor e liberada no meio ambiente junto com os produtos da combustão. Por esse motivo, por mais eficiente que seja o gerador termelétrico, apenas 40% da energia do combustível pode ser usada para gerar eletricidade.

Esse limite vale para todo tipo de combustível, seja gás, carvão, diesel ou biomassa e não está ligada a questões técnicas; é pura Física. A transformação de calor em energia mecânica é limitada pela Segunda Lei da Termodinâmica e é nessa etapa que ocorre a maior perda de energia útil.

Para evitar o desperdício e aumentar a eficiência energética é que foi desenvolvida a tecnologia da cogeração, detalhada no gráfico abaixo:

O grande diferencial da cogeração em relação à geração convencional é usar o calor que seria liberado no ambiente para produzir energia térmica. Dessa forma, até 50% do combustível usado pode ser direcionado para esse fim e, somado aos 40% da produção de eletricidade, alcançar até 90% de eficiência.

Essa energia térmica pode ser usada para aquecer água para diferentes finalidades e também gerar vapor para alimentar processos industriais. Pode ser, inclusive, usada para a refrigeração de ambientes por meio dos chamados chillers de absorção.

Os sistemas de cogeração de energia mais usados são as turbinas a gás ou vapor, motores de combustão interna, geradores elétricos, caldeiras de recuperação e trocadores de calor.

Benefícios da cogeração

Por conta de suas vantagens, o modelo de produção simultânea de energia está cada vez mais presente em centros comerciais, hotéis, supermercados e nos chamados edifícios inteligentes. Dentre os principais benefícios da cogeração, podemos destacar:

  • Aumento da eficiência na geração de energia;
  • Redução do desperdício de energia útil;
  • Maior economia de combustível;
  • Redução da emissão de poluentes;
  • Geração de excedentes como fonte de receita.

Além deles, é preciso destacar os incentivos aplicados pela Aneel sobre a cogeração qualificada. Por se tratar de um tipo de energia incentivada, os descontos nas tarifas de uso dos sistemas elétricos de transmissão e de distribuição não podem ser inferiores a 50%, incidindo tanto na produção quanto no consumo.

A concessão desses incentivos está condicionada ao cumprimento de algumas exigências determinadas pela Aneel. E é sobre eles que falaremos em nosso último tópico.

Requisitos da cogeração qualificada

Além de estar regularizada na Aneel, a central termelétrica geradora que quiser se enquadrar na modalidade de cogeração qualificada precisa cumprir os requisitos de racionalidade energética determinados pelas seguintes equações:

cogeração qualificada
Fonte: Aneel

Os fatores das fórmulas acima são os seguintes:

  • Ef: Energia da fonte.
  • Et: Energia da utilidade calor.
  • Ee: Energia da utilidade eletromecânica.
  • X: Fator de ponderação.
  • Fc: Fator de cogeração.

Os valores de “X” e “Fc” deverão ser aplicados em função da potência elétrica instalada na central de cogeração e da respectiva fonte, obedecendo a seguinte tabela:

cogeração qualificada
Fonte: Aneel

Ficou confuso? Pois é… Justamente por conta da complexidade dos cálculos e da quantidade de variáveis envolvidas, a melhor forma de buscar a qualificação junto à Aneel é contando com o suporte de uma consultoria especializada.

Nesse sentido, vale lembrar que a energia produzida por cogeração qualificada não pode ser adquirida por consumidores do Mercado Cativo de Energia. Ou seja, ela está inserida em nosso sistema elétrico por meio do Mercado Livre de Energia.

Nada melhor então que buscar a consultoria da Esfera Energia, referência nacional em gestão de energia no Mercado Livre. A Esfera já gerencia mais de 300 unidades consumidoras e geradoras em 19 estados, contando com a confiança de marcas como Suzano e Ultragaz.

Se você quiser se livrar das complicações regulatórias, além de auxílio para identificar o melhor momento e o preço da venda da energia que produz, fale agora mesmo com um especialista da Esfera!

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Tudo sobre energia fóssil: fontes, prós e contras e como é usada no Brasil

Tudo sobre energia fóssil: fontes, prós e contras e como é usada no Brasil

Seja pelos impactos ambientais que provoca ou por ser proveniente de recursos finitos, a energia fóssil sempre aparece envolta em polêmicas. Porém, ainda que cada vez mais governos e empresas busquem alternativas renováveis e menos poluentes, é inegável que esses tipos de combustível ainda movem o mundo em que vivemos.

Segundo o balanço de 2020 da Agência Internacional de Energia (AIE), os combustíveis fósseis respondem por mais de 80% do fornecimento total de energia mundial. De fato, como vemos no gráfico abaixo, enquanto o fornecimento crescia 2,6 vezes nos últimos 47 anos, esse tipo de geração de energia permanecia dominante.

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Fonte: Agência Internacional de Energia

Ainda de acordo com a AIE, a demanda por todos os combustíveis fósseis deve crescer significativamente em 2021. Para se ter uma ideia, a demanda por carvão, sozinha, aumentará 60% mais do que todas as energias renováveis ​​combinadas.

Ou seja, essas fontes energéticas farão parte da nossa realidade por muito tempo. Por isso, neste post você saberá tudo sobre energia fóssil: os principais combustíveis, como eles geram a eletricidade que abastece casas e indústrias e também seus prós e contras.

Além disso, mostraremos o panorama do uso de combustíveis fósseis no Brasil e porque nosso país é um exemplo para o mundo em relação ao uso de fontes menos prejudiciais para o planeta. Boa leitura!

O que é energia fóssil?

Energia fóssil é toda aquela que provém da queima dos chamados combustíveis fósseis. Esses combustíveis são formados por restos de organismos vegetais e animais acumulados no subsolo do nosso planeta.

Para atingir o ponto em que são capazes de gerar energia, esses restos precisam passar por transformações físicas e químicas que se prolongam por milhões de anos. Ao final, sua principal característica é a alta concentração de carbono, que potencializa o processo de combustão.

Embora seja conhecida desde a Antiguidade, a energia fóssil só passou a ser amplamente usada a partir da Revolução Industrial. Porém, ao contrário do que muitos pensam, a industrialização não começou movida pelos combustíveis fósseis.

O primeiro tear mecanizado, criado em 1764 na Inglaterra, era movido por uma roda de água. Apenas em 1775 foi criado um modelo viável de motor a vapor alimentado por carvão, que tinha a vantagem de poder ser instalado em qualquer lugar e não deixava de funcionar nos períodos de seca.

A partir de então, o desenvolvimento de novas tecnologias e a produção em larga escala fizeram o homem buscar formas mais eficientes de alimentar suas máquinas. Essa necessidade por combustíveis de alto desempenho foi a responsável pela energia fóssil ganhar a importância que perdura até os dias de hoje.

Quais são os principais combustíveis fósseis?

Os principais combustíveis fósseis são o petróleo, o carvão mineral e o gás natural. Embora tenham como fator comum a alta concentração de carbono, cada uma dessas fontes energéticas tem particularidades que conheceremos melhor logo abaixo.

Petróleo

Principal fonte de energia mundial, o petróleo é uma combinação complexa de hidrocarbonetos, ou seja, moléculas de carbono e hidrogênio. Esse combustível é formado pela sedimentação de substâncias orgânicas depositadas no fundo dos mares e oceanos.

Durante milhões de anos, o calor das rochas dessas bacias sedimentares, bem como a pressão exercida sobre elas, gera uma substância oleosa escura geralmente menos densa que a água e altamente inflamável.

Além de ser responsável por 32% do total do fornecimento de energia mundial, segundo a AIE, o petróleo é matéria-prima de vários subprodutos, como gasolina, querosene, óleo diesel, gás de cozinha e asfalto, dentre outros.

Gás natural

Assim como o petróleo, o gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos gasosos, com predominância de metano, também formada da decomposição de matéria orgânica fossilizada. Justamente por isso, é encontrado nas reservas petrolíferas.

A participação desse combustível fóssil na matriz energética mundial vem crescendo consideravelmente nos últimos anos. Como mostrado no gráfico da AIE, saltou de 16% em 1971 para 23% em 2018.

Além de utilizado nas termelétricas como fonte de energia, o gás natural também é usado para aquecer a água usada em cozinhas e banheiros, como no Brasil, e para alimentar os aquecedores das casas dos países mais frios.

Carvão mineral

Primeiro combustível da Revolução Industrial, o carvão mineral ainda é a segunda maior fonte energética mundial, sendo responsável por 27% do total do fornecimento. Essa rocha sedimentar fossilizada é formada a partir da decomposição de restos vegetais por meio de um processo chamado incarbonização.

Quanto maior o tempo de incarbonização, maior o teor de carbono e, consequentemente, o poder energético do combustível. Nesse sentido, existem quatro tipos de carvão mineral:

  • Antracito: o mais raro, por ter se formado ainda na era Paleozóica, e também o mais potente, podendo chegar a 96% de teor de carbono.
  • Hulha, ou carvão betuminoso: é o mais facilmente encontrado nas bacias sedimentares e seu teor de carbono oscila entre 80% e 90%.
  • Linhita: seu teor de carbono varia entre 65% e 75% de carbono.
  • Turfa: é a mais “jovem” variedade de carvão, formado na era Cenozóica, e seu teor de carbono não ultrapassa 60%.

Como funciona a energia fóssil?

A energia fóssil é utilizada de três formas principais:

  • Combustível para máquinas e veículos;
  • Aquecimento de casas;
  • Geração de eletricidade.

Talvez agora você esteja se perguntando como o petróleo, o gás natural e o carvão mineral são capazes de produzir a energia que abastece lares e indústrias de todo o mundo. Para isso, é preciso entender o funcionamento das usinas termelétricas.

A geração de eletricidade nas termelétricas acontece por meio da queima de combustíveis fósseis. Nelas, o calor da combustão aquece a água em uma caldeira e a transforma em vapor com alta pressão que faz com que as pás das turbinas da usina comecem a girar.

Essas turbinas estão acopladas a geradores que transformam a energia cinética em energia elétrica. Em seguida, a água é novamente resfriada em um condensador para que um novo ciclo de geração seja iniciado.

Confira no vídeo abaixo, do canal Lesics, todos os detalhes do funcionamento de uma usina termelétrica movida a carvão:

https://www.youtube.com/watch?v=kzIjqZy6r2c

Apesar de o carvão, o petróleo e o gás natural serem os combustíveis mais usados nas termelétricas, também é possível gerar eletricidade nesse tipo de usina por meio de outras fontes. Algumas alternativas, como a biomassa, são uma solução eficaz para uma das principais desvantagens da energia fóssil, como veremos a seguir.

Quais são as vantagens e desvantagens dos combustíveis fósseis?

De forma geral, o principal ponto positivo dos combustíveis fósseis é sua alta eficiência energética quando comparados a outras fontes. Outras vantagens da energia fóssil, que ajudam a explicar porque ela ainda predomina na matriz mundial, são o custo-benefício e a facilidade de extração e processamento.

Por outro lado, se a pergunta é se a energia fóssil é renovável ou limpa, a resposta é negativa. Os graves problemas ambientais causados pela queima desses combustíveis e o fato de serem recursos finitos são pontos negativos que não podem ser deixados de lado e preocupam cada vez mais os especialistas.

As emissões dos gases oriundos da sua combustão destroem a camada de ozônio e aceleram os efeitos do aquecimento global, como a elevação dos níveis do mar e o aumento das temperaturas médias. Isso sem falar da contaminação do solo, dos oceanos e da natureza em geral.

Confira abaixo os prós e os contras de cada um dos principais combustíveis fósseis.

Vantagens e desvantagens do petróleo

Além da alta eficiência energética, o petróleo se destaca pela facilidade de armazenamento e de transporte. Outro ponto positivo é o fato de ter inúmeros derivados, como plástico, gasolina e asfalto.

No entanto, essa onipresença do petróleo tornou a humanidade extremamente dependente desse combustível. O reflexo mais negativo dessa dependência, além das mencionadas graves consequências ambientais, são guerras e disputas geopolíticas por suas reservas.

Vantagens e desvantagens do gás natural

Comparado aos outros combustíveis fósseis, o gás natural é mais limpo e mais barato. Essas vantagens o tornam uma fonte de energia interessante tanto para o uso residencial como para o industrial e o automotivo.

Por outro lado, podem ocorrer vazamentos durante sua produção que liberam gás metano na atmosfera. Outro ponto negativo é o risco maior de incêndios, explosões e acidentes por asfixia.

Vantagens e desvantagens do carvão mineral

A grande vantagem do carvão mineral é que, além das termelétricas, ele pode alimentar as siderúrgicas e as indústrias químicas devido ao seu poder calorífico. E o melhor é que ele pode ser encontrado em praticamente todas regiões do planeta.

Essa abundância, porém, não significa que as reservas de carvão serão eternas. Além da desvantagem de ser uma fonte de energia não renovável e altamente poluente, seu poder calorífico também aumenta o risco de explosões.

Qual é o combustível fóssil mais poluente?

O carvão mineral é o combustível fóssil mais poluente do mundo. Para se ter uma ideia, ele emite cerca de duas vezes mais dióxido de carbono do que o gás natural e 30% mais do que a gasolina quando queimado. Além disso, dependendo da situação do mercado de petróleo, também pode ser o mais caro.

Por outro lado, o gás natural é o mais promissor dos combustíveis fósseis quando falamos em termos ambientais e econômicos. Além de ser menos poluente e caro que o carvão e o petróleo, a produção de energia nas termelétricas a gás também pode ser mais limpa, por exemplo, do que a energia nuclear.

Panorama do uso de combustíveis fósseis no Brasil

Com uma matriz energética bastante diversificada, o Brasil utiliza os três principais combustíveis fósseis em suas usinas termelétricas. Confira abaixo mais detalhes sobre cada uma delas.

Fonte: Agência Internacional de Energia

O petróleo na matriz energética brasileira

De acordo com dados da Agência Internacional de Energia (AIE), o uso de petróleo para geração de eletricidade no Brasil mais que dobrou nos últimos 30 anos. Sua participação passou de 4937 GWh em 1990 para 10.224, em 2019.

Além disso, segundo informações do Operador Nacional do Sistema (ONS), as termelétricas movidas a óleo e diesel representam atualmente 2,5% do total da capacidade instalada do Sistema Interligado Nacional (SIN), com 4.273 MW.

O gás natural na matriz energética brasileira

Por sua vez, o uso de gás natural para gerar eletricidade aumentou incríveis 185 vezes nos últimos 30 anos. Segundo dados da AIE, o total passou de apenas 326 GWh em 1990 para 60.448 GWh em 2019.

Já sua participação no total da capacidade instalada no SIN é de 8,9%, com as termelétricas movidas a gás e a GNL somando 15.079 MW.

O carvão na matriz energética brasileira

Por fim, a geração de eletricidade por meio da queima do carvão também aumentou consideravelmente nas últimas três décadas. de acordo com a AIE, seu uso mais quintuplicou, passando de 4.754 GWh em 1990 para 24.089 GWh em 2019.

Atualmente, segundo o ONS, as termelétricas movidas a carvão representam 1,8% do total da capacidade instalada do Sistema Integrado, com 3.017 MW.

Como vimos acima, a matriz energética brasileira é bastante diferente da média global. Enquanto mundialmente os combustíveis fósseis ainda são a principal fonte de energia, no Brasil a participação combinada de petróleo, gás natural e carvão mineral não chega a 15% do total.

Alternativas à energia fóssil

Como vimos ao longo do texto, apesar da importância para o fornecimento de energia mundial, os combustíveis fósseis estão com os dias contados. Não apenas por serem não-renováveis, mas também pelos impactos ambientais.

Na busca por alternativas, o uso de energia renovável no Brasil torna nosso país uma referência. Segundo o Ministério de Minas e Energia, esse tipo de fonte atingiu uma demanda de participação de 46,1% na matriz energética, o que representa três vezes o percentual mundial.

A fonte mais utilizada no Brasil, considerando renováveis e não-renováveis, é a energia hidráulica. Sua participação na matriz energética nacional atinge mais de 60% do total, como indica o gráfico abaixo:

energia fóssil
Fonte: Hud, plataforma de comunicação e gestão de energia exclusiva para clientes Esfera.

O gráfico também mostra uma participação importante da energia eólica e da energia de biomassa. Junto com a energia solar, essas fontes se consolidam como as melhores alternativas para o Brasil diversificar sua matriz e depender menos dos combustíveis fósseis.

Além disso, após a criação do Mercado Livre de Energia, o Brasil permite que empresas negociem diretamente com o gerador ou comercializador de energia. É possível também escolher o tipo de geração, seja ela convencional, como de termelétricas movidas a combustíveis fósseis, ou energia incentivada, composta por fontes renováveis.

Se você quer fazer parte deste ambiente de negociação, saiba que a Esfera Energia é referência em gestão de energia elétrica no Mercado Livre e atende mais de 120 grupos empresariais, gerenciando mais de 300 unidades consumidoras em 19 estados.

E se sua empresa é uma usina geradora nós também podemos ajudar. A Esfera já gerencia 6% da energia produzida no Brasil e oferece suporte na comercialização pelo melhor preço e com segurança regulatória.

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Aconteceu em Junho: Níveis baixos dos reservatórios na região Sudeste e Centro – Oeste e Privatização da Eletrobras

Aconteceu em Junho: Níveis baixos dos reservatórios na região Sudeste e Centro – Oeste e Privatização da Eletrobras

Em junho, a evidência na mídia acerca dos níveis baixos dos reservatórios da região Sudeste/Centro-Oeste reacenderam discussões sobre a possibilidade de um racionamento de energia como o implementado em 2001. Para compreender melhor sobre o assunto, clique abaixo e confira nossa análise do atual cenário de crise hidrológica, e o que pode acontecer de fato.

Confira uma análise detalhada da crise hídrica atual

Além disso, este mês também foi aprovada a Medida Provisória 1031/2021 viabilizando a privatização da Eletrobras. A discussão prévia sobre a medida apresentou grande repercussão não apenas pela aprovação da capitalização da empresa, mas também por conta de seus chamados “jabutis”, ou seja, a série de alterações, não correlatas ao texto base da MP, acrescentadas na Câmara e no Senado para garantir o interesse político das partes que votaram pela aprovação da medida. 

Embora não tenham sido apresentados estudos preliminares detalhados acerca do impacto que a aprovação da medida tenha no setor elétrico, integrantes da ala pró governo defendem que a privatização da Eletrobras permitirá uma injeção de mais de R$ 25 bilhões à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para obras de revitalização do setor, o que fomentaria a redução de tarifas do mercado regulado. Ademais, alguns agentes do setor dizem o contrário alegando que a renegociação de contratos da Eletrobrás ao atual patamar de preço do mercado (principalmente em tempos de crise hidrológica) deve elevar o preço de aquisição de energia de diversas distribuidoras de modo a superar o efeito benéfico do aporte na CDE, culminando em uma elevação de tarifas. 

Algumas alterações da medida como a obrigatoriedade de contratação de 8 GW de capacidade instalada de usinas termelétricas a Gás Natural em regiões sem infraestrutura de gasodutos do Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país, e a prorrogação em 20 anos de contratos do Programa de Incentivos às Fontes Alternativas para Energia Elétrica (Proinfa) parecem corroborar o aumento de gastos. Mas o fato é que nenhuma das partes apresentaram estudos conclusivos sobre o impacto tarifário.

No geral, além de estabelecer o cronograma de abertura do mercado livre a partir de 1º de julho de 2026, a medida não deve promover impactos significativos para o mercado livre de energia.

O Comportamento do PLD Horário

No mês de junho, o PLD comportou-se de maneira estável, principalmente até a terceira semana operativa. De modo geral, a curva apresentou um patamar semanal crescente durante todo o mês, impulsionada pela baixa expectativa de chuvas, e passou a atingir o teto regulatório após o dia 26/06. Os submercados Sudeste/Centro-Oeste e Sul apresentaram-se acoplados durante a todo o período, fechando com a média de R$ 336,99/MWh, e alcançando uma amplitude diária superior a R$ 300/MWh no último domingo do mês..

Já os submercados Nordeste e Norte fecharam o mês com PLD médio de R$ 328,76/MWh e R$ 335,72/MWh, respectivamente, marcando o início da reaproximação do PLD Norte com os submercados Sudeste/Centro-Oeste e Sul, dado o acoplamento entre seus preços horários em grande parte do mês. O Nordeste, por sua vez, permanece com tendência de apresentar um PLD mais baixo devido à elevação da geração eólica durante o período seco. 




Acompanhamento da Carga

No mês de junho, a carga do sistema apresentou leve redução com o advento das temperaturas mais baixas do ano. Ainda assim, a redução da carga foi muito menos expressiva do que a observada nos anos anteriores, e grande parte foi por conta do aquecimento econômico neste momento de retomada pós-pandemia. 

Para as próximas semanas, a tendência de carga deve se alterar, mesmo com a entrada do inverno, a expectativa é de elevação da temperatura a partir de meados de julho. Além disso, neste ano é esperada uma atenuação do efeito de férias escolares, corroborando para a tendência de elevação da carga.

Energia Armazenada

Um dos grandes pilares que sustentam a possibilidade de um racionamento é a situação dos níveis críticos dos reservatórios, principalmente da região Sudeste/Centro-Oeste que representa praticamente 70% da capacidade de armazenamento do SIN. O mês de junho apresentou um deplecionamento de 3% no armazenamento do Sudeste, fechando em 29,1% da capacidade, e a tendência para os próximos meses é permanecer em deplecionamento diante do cenário de poucas chuvas o que fomenta o risco de racionamento.

Tenha acesso à análises e estudos detalhados sobre o Mercado Livre de Energia e conte com a nossa expertise. Fale com um de nossos especialistas.

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Sistema Interligado Nacional: como funciona e quais são os prós e contras do SIN

Sistema Interligado Nacional: como funciona e quais são os prós e contras do SIN

Em países de dimensões continentais, um dos desafios mais comuns é garantir a distribuição de energia para todo o território de forma eficaz e segura. No caso do Brasil, isso só é possível graças a uma rede de transmissão de centenas de milhares de quilômetros totalmente conectada entre si, o chamado Sistema Interligado Nacional (SIN).

Durante muito tempo, o setor elétrico brasileiro era verticalizado e formado por estatais que controlavam tanto a geração quanto a transmissão e a distribuição. Esse cenário começou a mudar em 1995, com a promulgação da Lei n° 9.074, que permitiu a entrada da iniciativa privada.

Três anos depois, em 1998, chegaram mudanças ainda mais profundas com a criação do Mercado Livre de Energia e do Sistema Interligado Nacional. O primeiro já é um velho conhecido dos leitores do blog, mas muita gente ainda não sabe porque o SIN também representa um divisor de águas no setor.

Nas próximas linhas, você entenderá o que é e como funciona o Sistema Interligado Nacional, assim como suas vantagens e desvantagens. Confira!

O que é o Sistema Interligado Nacional (SIN)?

O Sistema Interligado Nacional é o conjunto de equipamentos e instalações conectados eletricamente para possibilitar o suprimento de energia do país. Sua criação é consequência da resolução 351/98 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que autoriza o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a coordenar e controlar a geração e a transmissão desses sistemas interligados.

O Brasil é abastecido por um sistema hidro-termo-eólico de grande porte formado por empreendimentos de diversos proprietários, tanto estatais quanto privados. Também fazem parte da nossa matriz usinas de outros tipos de geração de energia, como a solar e a nuclear.

Todas as empresas que produzem e transmitem energia dentro desse modelo de interconexão fazem parte do Sistema Integrado Nacional. Atualmente, segundo o ONS, o SIN tem uma capacidade instalada de mais de 170 mil megawatts e uma extensão de rede básica de transmissão de mais de 145 mil quilômetros.

No mapa abaixo é possível conferir a distribuição das linhas de transmissão pelo território nacional:

sistema interligado nacional
Fonte: ONS

Quais sistemas fazem parte do SIN?

O Sistema Interligado Nacional é formado por quatro subgrupos:

  • Subsistema Sudeste/Centro-Oeste (SE/CO), que abrange essas duas regiões do país, assim como os estados de Rondônia e Acre;
  • Subsistema Sul (S), que corresponde à toda a região sul do país;
  • Subsistema Nordeste (NE), que engloba a região nordeste com exceção do do Maranhão;
  • Subsistema Norte (N), que abrange os estados do Amapá, Amazonas, Maranhão, Pará e Tocantins.

Além destes, existem ainda os chamados sistemas isolados. De acordo com o ONS, existem 212 localidades isoladas no Brasil, cujo consumo representa menos de 1% da carga total do país.

A maior parte dos sistemas isolados está na região Norte, nos estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Amapá e Pará. Por sua vez, Roraima é o único estado brasileiro que não está integrado ao SIN, tendo seu abastecimento feito parcialmente pela Venezuela.

A principal consequência desse isolamento é o aumento na conta de luz, uma vez que grande parte da geração é realizada por termelétricas.

Como funciona o Sistema Interligado Nacional?

Os subsistemas que você conheceu acima estão todos conectados entre si. Toda a energia gerada por eles se junta no Sistema Interligado Nacional que, por meio da sua extensa malha de transmissão, a redistribui de maneira equilibrada por todo o país.

No sistema hidro-termo-eólico brasileiro, as hidrelétricas são responsáveis pela maior parte da geração, com mais de 60% da capacidade instalada. Graças ao SIN, essas usinas localizadas em 16 bacias hidrográficas de diferentes regiões atuam de forma integrada para levar luz a lares e indústrias.

Por sua vez, as usinas térmicas desempenham um papel estratégico no SIN, permitindo a gestão dos reservatórios de água para assegurar o atendimento futuro. Já a energia eólica tem aumentado sua participação na matriz e ganhado cada vez mais importância no atendimento ao mercado consumidor.

As operações de todas essas instalações e equipamentos que compõem o SIN são coordenadas e controladas pelo ONS e reguladas e fiscalizadas pela Aneel. Entre suas atribuições estão o detalhamento, o planejamento e programação da geração, transmissão e distribuição de energia.

Por meio da interconexão dos subsistemas é possível, por exemplo, verificar as regiões de maior demanda e, se for o caso, propor a ampliação e o reforço da rede de transmissão. Além disso, o funcionamento integrado aumenta a segurança operacional para evitar interrupções no abastecimento.

Confira no vídeo abaixo mais informações sobre o SIN e os submercados:

Quais são as vantagens do Sistema Interligado Nacional?

Como mencionado acima, um dos principais benefícios do SIN é a segurança e a confiabilidade das operações. Se houver uma falha em uma linha de transmissão, o sistema é capaz de redirecionar a eletricidade e fazer com que menos pessoas sejam afetadas por possíveis apagões pelo menor tempo possível.

A conexão entre os subsistemas também permite que o SIN ajuste a distribuição da energia à sazonalidade das chuvas. Afinal de contas, em um país das dimensões do Brasil, os períodos de chuva, fundamentais para abastecer os reservatórios das hidrelétricas, variam de acordo com a região.

Outra vantagem é a possibilidade de planejar a utilização das diversas fontes que compõem a nossa matriz energética. A interconexão aumenta a eficiência do sistema e reduz os custos relacionados à geração.

Justamente por isso, é certo dizer que o SIN não apenas permite, como incentiva o uso de energia renovável no Brasil. Essa diversificação traz como principais benefícios a diminuição do uso de combustíveis poluentes e a redução dos impactos ambientais característicos dessas fontes energéticas.

Quais são as desvantagens do Sistema Interligado Nacional?

Embora o SIN seja eficaz em sua missão de abastecer o Brasil de forma equilibrada, não podemos deixar de citar alguns pontos negativos. Entre eles, podemos destacar as perdas energéticas que acontecem nas linhas de transmissão quando é necessário percorrer grandes distâncias.

Além disso, a possibilidade de abastecer uma região com energia gerada em outra parte do país, que inicialmente parece vantajosa, traz efeitos colaterais menos benéficos. Isso acontece porque essa complementação ao suprimento pode acabar desestimulando investimentos na geração na região assistida.

As desvantagens do Sistema Interligado Nacional também chegam à conta de luz dos consumidores. Devido à complexidade e à envergadura do SIN, os custos com a transmissão de energia acabam deixando as tarifas um pouco mais salgadas.

SIN e o Mercado Livre de Energia

Em 1998, além do Sistema Integrado Nacional, também foi criado o Mercado Livre de Energia. Desde então, esse ambiente de contratação de energia elétrica permite que alguns consumidores negociem preços, prazo, volume e forma de pagamento diretamente com geradoras ou comercializadoras.

Ou seja, é a opção ideal para quem quer a liberdade de escolher seus fornecedores e não pagar as tarifas reguladas pelo governo. Afinal de contas, em comparação aos preços praticados pelas distribuidoras, os valores no Mercado Livre são muito mais competitivos e garantem uma economia expressiva nos gastos com energia.

No Brasil, qualquer indústria ou comércio ligado em média ou alta tensão pode participar, desde que atenda alguns requisitos. Para saber se sua empresa se enquadra e como fazer a migração para o Mercado Livre, vale a pena procurar a assessoria de consultorias especializadas, como a Esfera Energia.

Com análises técnicas e regulatórias minuciosas, a Esfera faz todo o acompanhamento do processo junto com sua empresa e oferece suporte tanto no momento da contratação de energia como em questões burocráticas. Se você ficou interessado, fale agora mesmo com um dos nossos especialistas!

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Energia rural: quem tem direito e como funciona

Energia rural: quem tem direito e como funciona

A energia rural é fornecida para unidades consumidoras específicas e tem algumas regras que são importantes conhecer. 

Além disso, ela tem um preço mais baixo do que a energia residencial, mas para isso é preciso comprovar seu enquadramento na classe rural. 

Para te ajudar, vamos explicar todas as informações sobre o assunto, confira.

O que é energia rural?

Energia rural é aquela fornecida para as unidades consumidoras relacionadas às atividades de agricultura, pecuária ou aquicultura. Porém, é importante reforçar que é necessário ser um produtor, de acordo com a Resolução Normativa ANEEL n. 414, de 9 de setembro de 2010, a qual obriga a apresentação de Registro de Produtor Rural para comprovar a situação da unidade.

Para emitir tal documento é preciso acionar o Sindicato dos Trabalhadores. Depois, com o comprovante em mãos e um documento oficial com foto, será possível se cadastrar para receber a energia rural.

Segundo definição da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), a classe rural “caracteriza-se pelo fornecimento à unidade consumidora que desenvolva atividades de agricultura, pecuária ou aquicultura, dispostas nos grupos 01.1 a 01.6 ou 03.2 da Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE.”

A energia rural é mais barata do que a urbana?

A tarifa de energia rural tem um valor mais baixo em comparação à energia residencial, considerando o preço do quilowatt. Além disso, o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) cobrado também é menor. 

Vale lembrar que o preço do kW varia mês a mês e de acordo com o local, assim como o ICMS é diferente entre estados.

Como o preço da energia rural é definido

O setor energético brasileiro está segmentado em dois “ambientes”:

  • Ambiente de Contratação Regulada (ACR): formado por consumidores cativos que têm acesso à energia com tarifas estabelecidas pelo governo e pagam mensalmente pelo serviço de distribuição e de geração de energia;
  • Ambiente de Contratação Livre (ACL): são os consumidores livres que negociam energia no são os consumidores livres que negociam energia no Mercado Livre de Energia e podem encontrar preços melhores do que os normalmente disponíveis no ambiente regulado.

Aqui explicamos as diferenças entre ACR e ACL na compra de energia.

No ACR, o preço é definido pela ANEEL, enquanto no ACL existe a possibilidade de negociar valores e condições de pagamento de acordo com a geradora ou comercializadora.

No caso da cobrança feita pela ANEEL, considera-se a inflação e os custos e investimentos das distribuidoras. Além disso, por conta das bandeiras tarifárias, o valor da conta de luz oscila mês a mês dentro de valores pré-determinados e de acordo com a necessidade de uso de usinas termelétricasé por isso que o preço do kW é variável, já que depende de uma série de fatores.

Outro ponto importante é que no ACR existem diferentes classes de consumo e o preço da energia elétrica varia em cada uma delas:

    • Energia residencial
    • Energia industrial
    • Energia comercial
    • Energia rural
    • Energia de poder público

E mais: as tarifas são divididas em dois grupos:

  • Grupo A: média e alta tensão, e também sistemas subterrâneos. Nesse grupo existem as cobranças “horário ponta” e “horário fora ponta” e as tarifas “horária azul” e “horária verde”;
  • Grupo B: baixa tensão, residencial, rural, iluminação pública e demais classes. Aqui também existem duas tarifas: “convencional monômia”, o que significa que a cobrança é a mesma independentemente do horário do dia em que for utilizada, ou “horária branca”, na qual a tarifa muda conforme o horário de utilização do dia.

Quando a energia rural é aplicável?

Quem tem direito à energia rural são os produtores que se enquadram na classe rural, ou seja, que desenvolvem atividades de agricultura, pecuária ou aquicultura.

Além disso, por conta da relevância do setor agropecuário para o Brasil, os produtores rurais têm uma série de políticas públicas de incentivos, dentre eles o subsídio de energia rural, que dá descontos nas tarifas de energia elétrica. 

Porém, há alguns anos o governo está adotando medidas mais rígidas para regular os benefícios tarifários e estima-se que até 2023 a alíquota será zerada.

Revisões periódicas são feitas nos cadastros para analisar se de fato as unidades consumidoras classificadas como “rurais” estão exercendo atividades relacionadas à agricultura, pecuária ou aquicultura.

Por isso, para que o benefício não seja perdido, é preciso enviar para a distribuidora de energia documentos que comprovem que a unidade ainda se enquadra nos requisitos necessários em até seis meses após o recebimento da notificação na conta de luz.

Como solicitar energia rural?

Para solicitar a energia rural é preciso entrar em contato com a concessionária de energia elétrica que atende o seu município e registrar o pedido de energia. Nesse momento será solicitado um documento pessoal com foto, por isso lembre-se de separá-lo com antecedência. 

Após o pedido, a concessionária terá um prazo de 30 dias para sinalizar como e quando será feita a instalação da energia na unidade consumidora.

Além disso, também é válido apresentar o Registro de Produtor Rural para comprovar a situação da unidade.

Energia elétrica sustentável na agricultura

Por conta da redução do subsídio de energia rural, as fontes alternativas de energia estão ganhando mais espaço no campo, em especial as renováveis por conta do baixo impacto ambiental. Destacamos aqui a energia solar, energia eólica e energia biomassa. 

Saiba mais sobre os tipos de geração de energia aqui.

A energia solar é gerada por meio da radiação do sol que é captada em painéis fotovoltaicos, enquanto a energia eólica aproveita a força dos ventos. Já a geração de energia biomassa se dá por meio da queima de matérias orgânicas, como o bagaço da cana-de-açúcar, lenha, resíduos agrícolas e até mesmo excrementos de animais.

Os consumidores especiais no Mercado Livre de Energia, que são aqueles que têm uma demanda entre 500 kW e 1,5 MW, podem adquirir energia de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) ou de fontes renováveis como eólica, biomassa ou solar. 

Se você ainda não sabe como isso funciona, entre em contato com a Esfera Energia.

Somos referência nacional em gestão de energia no Mercado Livre de Energia e atendemos mais de 130 grupos empresariais, gerenciamos mais de 320 ativos e estamos presentes em 20 estados.

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Confira uma análise detalhada da crise hídrica atual

Confira uma análise detalhada da crise hídrica atual

A crise hídrica atual nos traz preocupações e acende um alerta sobre um possível racionamento de energia.

Mas o que realmente está acontecendo? Existem medidas para solucionar ou amenizar essa crise? Confira a nossa análise sobre o cenário hídrico atual.

O gráfico abaixo traz o histórico do nível dos reservatórios do SE/CO, que representam cerca de 70% da capacidade de armazenamento de energia em forma de água do Sistema Interligado Nacional (SIN) para o mês de Junho, em relação a Capacidade Máxima (CapMax) de armazenamento.

Nota-se no gráfico que num passado não muito distante esse valor era sempre superior à 60% da CapMax e que desde 2014, quando também tivemos discussões sobre racionamento/racionalização, os reservatórios não voltaram a  patamares confortáveis como no passado.

Outro ponto importante é que considerando nossa projeção para o fechamento  de Junho, estaremos exatamente com o mesmo nível do ocorrido em 2001, ano do racionamento.

Resumindo as informações do gráfico acima, a situação atual é crítica, pois estamos entrando na estação seca, com pouquíssima água nos reservatórios.

Mas, é claro que muitas coisas mudaram desde 2001, e aprendemos com o impacto político e econômico do racionamento.

Em relação à 2001, podemos citar as mudanças abaixo:

  • Tivemos uma grande expansão da oferta de energia;
  • Hoje nossa matriz energética é muito mais diversificada;
  • O sistema é muito mais interligado, podendo usufruir dos aproveitamentos hidrelétricos das usinas do Norte do país, além de todo o potencial eólico do Nordeste;
  • A oferta termelétrica também aumentou consideravelmente, e ainda com combustíveis mais baratos como o GNL.

Toda  essa expansão fez com que a dependência das fontes hidroelétricas, que em 2001 era de cerca de 83%, caísse para os atuais 62% em termos de capacidade instalada, melhorando muito a segurança do sistema, mas não nos livrando da dependência das chuvas, afinal 62% ainda é muita coisa.

Também tivemos uma forte expansão em fontes renováveis, solar e eólica, que apesar de limpas, são intermitentes e também dependem da natureza.

De 2001 pra cá, e até em comparação a 2014, a matriz energética mudou consideravelmente e cresceu muito mais que a Demanda Máxima (consumo máximo instantâneo), como mostra o gráfico abaixo.

Mas, apesar desse aumento da oferta, a geração hidroelétrica não acompanhou esse crescimento, pois o volume de chuvas não tem sido muito bom, como podemos observar no gráfico abaixo, onde desde 2014 as chuvas raramente performaram acima da média histórica (MLT), mostrando a nítida tendência de escassez de chuvas que estamos passando, que fica mais clara quando traçamos uma média móvel de 12 meses.

Parte da culpa é das chuvas, mas a outra parte é do planejamento.

É unanimidade que os modelos que definem o despacho das usinas para o atendimento à demanda tem uma grande dificuldade de enxergar cenários adversos de chuvas, e rapidamente convergem para projeções dentro da média, o que mostra no gráfico acima.

Tanto é unanimidade, que estão em discussão alterações nos parâmetros e nas metodologias de projeção de chuvas desses modelos, o que daria um capítulo à  parte.

Continuando sobre o racionamento, agora é momento de pensarmos em medidas de prevenção para que não seja necessário chegarmos a esse  extremo.

Em nossa visão, o Governo na figura do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), já vem tomando providências desde meados de outubro de 2020, quando decidiram despachar usinas térmicas fora da ordem de mérito, ou em termos mais práticos, fora dos modelos de despacho.

Tal iniciativa resulta em aumento do Encargo de Serviço de Sistema (ESS), que os consumidores livres já conhecem, mas em contrapartida evitou que a situação atual fosse ainda pior.

Entenda sobre os Encargos de Serviços de Sistema (ESS)

E recentemente o Operador Nacional do Sistema (ONS) anunciou a manutenção do despacho fora da ordem de mérito em sua disponibilidade total até o período úmido de 2022, para afastar a possibilidade de racionamento.

Porém, apesar da medida, o sistema necessita de outras providências, o que nos leva a acreditar que em breve serão lançadas campanhas de redução de consumo, ou o que chamamos de racionalização.

Entidades do setor vêm desenhando propostas de racionalização de energia, para tentar frear o risco de racionamento, lembrando que o racionamento consiste na redução compulsória do consumo e a racionalização em uma redução premiada, sendo algumas propostas:

  • A liberação de migração para o  mercado livre para consumidores que atualmente não se enquadram nesse mercado, desde que reduzam o seu consumo;
  • A retomada do programa de resposta à demanda, que consiste em remuneração do consumidor que reduzir o seu consumo em determinados momentos mediante o pagamento de um prêmio em R$/MWh;
  • Elevação do valor das bandeiras tarifárias, essa já em discussão no âmbito regulatório, dentre outras propostas.

Em resumo, diferentemente de 2014/2015 a economia está em pleno reaquecimento após o impacto inicial da pandemia causada pela Covid-19, fomentando o aumento do consumo.

A matriz energética é mais diversificada e atualmente a “folga” entre demanda e oferta é significativamente maior, mas as chuvas não estão ajudando, portanto para que não corramos o risco de um racionamento, algumas medidas de racionalização deverão ser tomadas para que não fiquemos a mercê das chuvas, que se não aparecem, farão de 2022 um novo marco do setor elétrico brasileiro.

Tenha acesso à análises e estudos detalhados sobre o Mercado Livre de Energia e conte com a nossa expertise. Fale com um de nossos especialistas.

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O que é e como funciona o MRE (Mecanismo de Realocação de Energia)?

O que é e como funciona o MRE (Mecanismo de Realocação de Energia)?

Entender o funcionamento do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) é importante pois ele está diretamente relacionado à operação das usinas hidrelétricas no Brasil, garantindo que todas as regiões tenham energia suficiente para suprir suas respectivas demandas. 

Além disso, por meio do MRE é possível contornar os riscos relativos aos períodos de seca, de modo que todo o sistema permaneça abastecido e equilibrado. 

Explicaremos todos os detalhes sobre o assunto a seguir, continue lendo!

O que é MRE e como funciona?

MRE é a sigla para Mecanismo de Realocação de Energia, o qual contempla as usinas hidrelétricas que estão sujeitas ao despacho centralizado do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). As Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) não são obrigadas a participar, mas têm essa opção.

Basicamente, o propósito do MRE é distribuir, contabilmente, a energia total gerada no mecanismo entre todas as usinas participantes, tendo ela gerado ou não, visando o uso ótimo da água no Sistema Interligado Nacional (SIN), mitigando assim o risco de um déficit de energia.

Para que serve o Mecanismo de Realocação de Energia?

O MRE serve para “equilibrar” a produção energética do país e garantir que todas as regiões tenham a energia necessária, especialmente em períodos de seca. 

Considerando que o Brasil tem uma grande extensão territorial, alguns locais são mais abundantes em recursos hídricos, enquanto outros são mais carentes.

Dessa forma, quando uma usina produz mais do que o necessário, é possível realocar a energia para as regiões em que a geração de energia foi abaixo do que estava previsto.

Além disso, esse sistema também é utilizado para fazer um melhor uso da água no país, já que a otimização pode ocorrer em usinas que estão em um mesmo rio.

Como o aproveitamento não é o mesmo ao longo de sua extensão, o MRE torna possível um ganho do aproveitamento por meio do despacho centralizado feito pelo ONS.

Como funciona o despacho de energia centralizado?

O despacho de energia centralizado ocorre por meio do ONS e é um conjunto de ações que ocorrem para garantir a operação de todo o sistema energético do país de acordo com os critérios que foram acordados para cada usina, de modo que toda a demanda seja suprida.

A definição resumida da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) é a “energia gerada por uma ou mais usinas do sistema, alocada pelo órgão de coordenação da geração.”

Assim, é papel do ONS controlar toda a operação das linhas de transmissão de alta tensão, subestações e equipamentos, bem como a programação de todas as transações de energia elétrica com outros sistemas. 

Como o sistema energético no Brasil conta com diferentes tipos de geração de energia, é imprescindível ter um planejamento e uma programação bem definidos para garantir que todo o sistema opere com o melhor aproveitamento e com o menor custo possível. 

É por isso que o ONS define a programação da operação correspondente ao despacho das usinas responsáveis pelo gerenciamento da demanda de energia do país. 

Isso é possível pois os geradores devem informar previamente o volume de energia que irão produzir e qual será o preço. Em seguida, o operador do sistema consegue definir qual será a oferta e a demanda do período, para então determinar quais usinas devem ser despachadas. 

Vale acrescentar que aqui, como estamos tratando de usinas hidrelétricas, o despacho é centralizado, diferentemente das usinas eólicas e solares, por exemplo, que têm um despacho descentralizado.

Qual a relação entre o MRE e o GSF?

A “sopa de letrinhas” do mercado de energia às vezes pode confundir, então vamos explicar também porque o GSF aparece relacionado ao MRE. 

GSF é a sigla para Generation Scaling Factor, o qual é calculado todos os meses e é a razão entre o volume de energia gerado pelas usinas no MRE e o total de Garantia Física (geração mínima atribuída a cada usina para suprir a carga de todo o sistema) de tais usinas.

Em períodos em que o GSF está baixo, os geradores podem ficar expostos ao Mercado de Curto Prazo (MCP), no qual são contabilizadas as diferenças entre a energia contratada e o volume que realmente foi gerado ou consumido. O preço é determinado pelo Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), referência de valores no Mercado Livre de Energia.

Conheça todas as informações a respeito do Mercado Livre de Energia no nosso e-book gratuito sobre o assunto.


E-book gratuito da Esfera Energia sobre o Mercado Livre de Energia

Essa exposição se deve ao fato de que eles precisam honrar com seus contratos de venda, então é necessário comprar mais energia para suprir a demanda acordada. Com o surgimento do Mecanismo de Realocação de Energia, a proposta é compartilhar o “risco hidrológico” entre todas as usinas do SIN.

Dessa forma, caso alguma usina forneça menos energia do que estabelecido em sua Garantia Física, todo o sistema precisa absorver igualmente o déficit. Isso acontece justamente por conta da aplicação do GSF sobre a Garantia Física de todas as usinas participantes da rede.

Porém, algumas usinas começaram a entrar com ações judiciais para não ter que arcar com esses custos, os quais são considerados inadimplências na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Diante desse cenário, em 2020 o governo aprovou um Projeto de Lei para resolver alguns pontos relacionados ao GSF e aqui explicamos os detalhes sobre isso.

Como fazer uma melhor gestão da energia da sua usina?

Agora que você já entendeu o que é o MRE e como ele funciona para “balancear” as operações no país, é importante fazer uma gestão adequada da energia produzida para estar preparado para os mais diferentes cenários.

Para isso você pode contar com a Esfera Energia, referência nacional em gestão de energia no Mercado Livre de Energia. Atualmente gerenciamos 6% de toda a energia produzida no Brasil, atendemos 70 unidades geradoras e gerimos mais de 10 GW de potência.

Com a Esfera você tem mais inteligência para identificar o melhor momento e preço de venda, conta com uma equipe preparada para resolver suas preocupações regulatórias, tem acesso a compradores diversos para você conseguir vender com liquidez e muito mais.

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Despacho centralizado: entenda como o ONS coordena a geração das usinas

Despacho centralizado: entenda como o ONS coordena a geração das usinas

O sistema de energia elétrica do Brasil é formado por centenas de usinas espalhadas pelo país e controladas por diferentes proprietários. Para garantir a confiabilidade e a viabilidade econômica do fornecimento, a coordenação das operações do Sistema Interligado Nacional (SIN) é realizada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) por meio do despacho centralizado.

Criado em 1998, o ONS controla a geração e a transmissão das usinas de diferentes tipos de geração de energia que fazem parte do SIN, mas vai além. O Operador Nacional também cuida do planejamento da operação de sistemas isolados do país, tudo sob a fiscalização e regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O escopo de atuação do ONS não se restringe ao SIN porque muitas usinas não se enquadram nos critérios para fazer parte do sistema e operam por meio de um tipo diferente de despacho de geração: o descentralizado.

Mas, afinal, qual a diferença entre despacho centralizado e descentralizado? Como cada um deles funciona e como o ONS coordena a geração das usinas do país? Confira a resposta para essas e outras perguntas logo abaixo!

As diferenças entre despacho centralizado e descentralizado

Antes de falar sobre os dois tipos de despacho, recomendamos que você assista ao vídeo abaixo para entender o papel do ONS no abastecimento energético de lares e indústrias:

https://www.youtube.com/watch?v=zafw717Jhx0

Agora que você já sabe como as operações do SIN são coordenadas para atender a demanda de energia de todo o país, é hora de responder algumas perguntas. Começando pela mais básica…

O que é despacho de geração?

Na definição da Aneel, despacho de geração é a energia gerada por uma ou mais usinas do sistema, alocada pelo órgão de coordenação da geração. O tipo de usina vai determinar a modalidade de despacho e também quais procedimentos devem ser executados junto ao ONS.

O que é despacho centralizado?

Despacho centralizado é o conjunto de instruções e ações de coordenação e controle de um sistema elétrico integrado, que envolvem tanto o planejamento como a operação em tempo real e a pós-operação. Na prática, é a forma como o ONS define a programação de geração de cada uma das usinas do SIN.

A grande maioria dos despachos de usinas no Brasil são centralizados. Nessa modalidade, as unidades geradoras informam quanta energia querem produzir e a qual preço para que o ONS determine as curvas de oferta e de demanda.

Essas curvas são analisadas e cruzadas para que seja encontrado um ponto de equilíbrio. É nesse momento que o ONS faz o despacho de usinas cujas ofertas de preço são menores ou iguais a esse ponto.

Vale ressaltar que nem toda unidade geradora opera dessa forma. Segundo o ONS, o despacho centralizado é a modalidade de operação das usinas tipo I, no qual se enquadram:

  • Usinas conectadas na rede básica, independente da potência injetada no SIN e da natureza da fonte primária;
  • Usinas ou conjunto de usinas conectadas fora da rede básica que impactam a segurança da rede de operação;
  • Usinas cuja operação hidráulica possa afetar a operação de usinas existentes programadas e despachadas centralizadamente.

Já que citamos o SIN, aproveite e confira o vídeo abaixo com todos os detalhes sobre o Sistema Interligado Nacional:https://youtu.be/PjSuc8ZKA2g

Como funciona o despacho de energia centralizado?

O objetivo da centralização das operações pelo ONS é atender a demanda de todo o Brasil através do despacho de usinas. Para entender seu funcionamento, nada melhor do que recorrer a um exemplo prático.

No último dia 13 de março, o ONS informou que efetivou o despacho de mais usinas termelétricas em janeiro devido à escassez de chuva entre o final de 2020 e o início de 2021. Quando chove pouco, diminui o nível dos reservatórios das hidrelétricas, principal fonte energética do país.

Nesse cenário, o governo precisa poupar a água desses reservatórios e reduzir a produção das hidrelétricas. Para evitar que ocorra um déficit de energia, ou seja, um desequilíbrio entre a oferta e a demanda, o ONS é obrigado a acionar mais as termelétricas.

Outros exemplos do funcionamento do despacho centralizado podem ser encontrados em atividades mais corriqueiras. Pense, por exemplo, na operação diária das hidrelétricas.

A capacidade de produção de uma usina que não esteja na cabeceira da cascata depende do uso da água tanto por parte de outras usinas quanto por usuários de outros setores. Isso significa que, se a usina A produzir mais energia do que deveria, vai diminuir a disponibilidade de água para a usina B.

E é aí que entra mais uma vez o despacho centralizado: para evitar a “disputa pela água” e garantir um abastecimento integrado e equânime de todo o território.

O que é despacho descentralizado?

O despacho descentralizado é a modalidade seguida por usinas que, por conta de seu impacto limitado na geração do Sistema Interligado Nacional, não têm suas operações coordenadas pelo ONS. São dois os tipos de usina que se enquadram nesta categoria.

Um deles é formado pelas unidades de tipo II, que têm a programação centralizada, mas não o despacho, e que incluem:

  • Usinas ou conjunto de usinas não classificadas como tipo I com injeção líquida superior a 30MW (no caso de centrais térmicas, incluindo biomassa e centrais hidráulicas) e 20MW (no caso de centrais eólicas) para as quais se identifica a necessidade de informações para possibilitar sua representação individualizada nos processos de planejamento e programação da operação e pós-operação;

  • Usinas Térmicas – UTEs não classificadas como tipo I, com potência líquida injetada inferior a 30 MW e que têm Custo Variável Unitário – CVU declarado.

    O despacho descentralizado também é o modelo adotado pelas usinas de tipo III, cuja programação também não é centralizada e engloba todas unidades não classificadas nas modalidades I e II.

Como funciona o despacho de energia descentralizado?

Embora não tenham suas operações coordenadas pelo ONS, as usinas que funcionam por meio de despacho descentralizado também precisam cumprir algumas obrigações. Entre as responsabilidades das unidades de tipo II, podemos destacar:

  • Participar dos processos voltados a: ampliações e reforços, planejamento e programação da operação;
  • Ter a programação da operação centralizada e estabelecida pelo ONS quando necessário para atender condições operativas específicas.

    Já as unidades de tipo III, caso tenha relacionamento com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), precisam:

  • Estabelecer as responsabilidades, as sistemáticas e os prazos para a elaboração e aprovação de projeto, montagem e comissionamento do SMF (Sistema de Medição para Faturamento), para a manutenção e inspeção desse sistema, para a leitura dos medidores e para certificação de padrões de trabalho.

Por essas razões, seja o despacho centralizado ou descentralizado, é importante contar com o apoio de uma boa consultoria para auxiliar sua empresa em todos os processos operacionais e regulatórios. E isso vale também para aquelas que integram ou querem migrar para o Mercado Livre de Energia.

A equipe da Esfera Energia monitora todas as atividades regulatórias, como audiências públicas, reajustes tarifários, alterações nas legislações setoriais e outras variáveis. É dessa forma que ela consegue potencializar os ganhos ou reparar possíveis perdas de seus clientes.

Se você ficou interessado em saber mais sobre como podemos ajudar sua empresa, fale agora mesmo com um especialista da Esfera!

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Aconteceu em Maio: O descolamento do PLD entre os submercados e o comportamento do PLD Horário

Aconteceu em Maio: O descolamento do PLD entre os submercados e o comportamento do PLD Horário

No mês de maio ocorreu um erro de parametrização dos modelos de precificação que geram o PLD, o que ocasionou um descolamento desproporcional, acima do esperado pelo mercado no início do mês.

Confira sobre esse e outros assuntos que aconteceram no mês.

O comportamento do PLD Horário

O PLD apresentou um comportamento estável durante o mês de maio, com o padrão típico de preços mais elevados durante a semana e menores aos finais de semana e feriados, porém com uma amplitude relativamente alta dentro do mesmo dia, com diferenças entre o mínimo e o máximo ultrapassando os  R$150/MWh em determinados dias, fechando o mês em R$218,70/MWh no submercado Sudeste/Centro-Oeste.

Os submercados Nordeste e Norte fecharam o mês com um PLD médio de R$189,32/MWh e R$189,12 respectivamente. Ambos marcados com uma tendência de elevação durante o mês, chegando ao final em patamares médios diários mais próximos dos demais submercados, fato que deve se intensificar à medida em que se aproxima do final do período chuvoso da região Norte.

Já para o submercado Sul, o PLD médio fechou em R$226,16/MWh, um descolamento de R$7,46/MWh em relação ao PLD do Sudeste/Centro-Oeste, resultado de uma parametrização inconsistente no limite de intercâmbio da região Sul no modelo DESSEM, ocasionando  valores de PLD médio para esse submercado muito superiores aos demais submercados nos 3 primeiros dias do mês.

A correção foi implementada no dia 04, seguindo regras previstas na Resolução Normativa ANEEL n° 843/2019, não apresentando praticamente mais descolamento no decorrer do mês. 




Comparação do PLD horário com o PLD Semanal

O mês de maio foi um mês onde foi possível compreender melhor as diferenças entre o PLD horário e o PLD semanal, onde observamos que a representação horária (modelo DESSEM) foi muitas vezes superior aos valores representados de forma semanal (modelo DECOMP), como nas primeiras semanas do mês, porém em algumas semanas apresentaram valores inferiores.

Tal descasamento é resultado da melhor representatividade tanto da carga (consumo de energia) quanto da geração do SIN, bem como da maior periodicidade da atualização dos inputs dos modelos, fazendo com que o modelo DESSEM represente melhor a operação de fato e capture as mudanças que podem ocorrer durante os dias da semana.

Acompanhamento da Carga

Apesar da carga apresentar movimento lateral nas últimas semanas, a tendência é que ocorra uma redução natural sazonal, devido à temperaturas menores no meio do ano.

No entanto, mesmo com essa redução, a carga deve permanecer em patamares superiores a 2020 e 2019, devido à retração da carga no início da pandemia, a projeção de temperatura acima da normalidade, bem como a expectativa de redução do efeito das férias escolares em decorrência da pandemia.

Energia Armazenada

O nível do reservatório do Sudeste/Centro-Oeste sofreu um deplecionamento em torno de 2,5% fechando em 32,1% da capacidade máxima de armazenamento, um dos piores níveis já observados no histórico para o mês, ficando apenas acima do ano de 2001, ano no qual ocorreu a crise energética nacional.

Um cenário bem preocupante, pois com a entrada no período seco, a expectativa de chuvas são baixas resultando em uma tendência de deplecionamento dos reservatórios e até mesmo de ocorrer um déficit de energia.

Entenda mais sobre a crise hídrica e a sua relação com a economia do País

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Entenda o que é tarifa de energia elétrica e o que mais é cobrado na conta de luz

Entenda o que é tarifa de energia elétrica e o que mais é cobrado na conta de luz

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ibope e pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), 84% dos brasileiros consideram a conta de luz cara ou muito cara. Embora a insatisfação seja justificável, é fundamental ressaltar que a tarifa de energia elétrica é apenas um dos elementos que compõem o preço final que desembolsamos todos os meses.

Para se ter uma ideia, um estudo do Instituto Acende Brasil e da PwC indica que o peso dos tributos e encargos já representa 47,3% do valor total da conta de luz. A carga está concentrada principalmente em impostos como ICMS, PIS e Cofins, que não fazem parte da tarifa e respondem por 36,5% desses 47,3% apurados.

Mas, afinal, quais são os fatores que compõem a tarifa de energia elétrica? Como ela é calculada e de quem é a responsabilidade de fazer esse cálculo? Quais são os estados brasileiros que pagam mais?

Encontre as respostas para estas e outras perguntas logo abaixo. Ao final do texto, também mostraremos porque o Mercado Livre de Energia é uma ótima opção para quem quer fugir das tarifas cada vez mais caras.

O que é tarifa de energia elétrica?

Tarifa de energia elétrica é a composição dos valores de investimentos e operações técnicas realizadas durante os processos de geração, transporte (transmissão e distribuição) e comercialização. Ela não representa o valor total da conta de luz, uma vez que ainda são adicionados encargos para custear a aplicação de políticas públicas.

De acordo com a Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996, o sistema de tarifação de energia é uma competência da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Ou seja, é a agência que define e detalha os valores que são divulgados mensalmente nas contas que recebemos em nossas casas e empresas.

Ao definir o valor da tarifa, a Aneel deve assegurar que este será suficiente para cumprir os seguintes objetivos:

  • Garantia do fornecimento de energia;
  • Cobertura dos custos operacionais dos prestadores de serviços;
  • Remuneração dos investimentos para expandir a capacidade;
  • Qualidade do atendimento.

Como funciona a tarifa de energia elétrica?

Para calcular as tarifas de energia elétrica no Brasil, a Aneel considera três custos distintos: geração de energia, transporte de energia, encargos e tributos.

Em relação à geração, o valor da energia adquirida pelas distribuidoras das geradoras é determinado nos leilões de energia, nos quais os responsáveis pelo fornecimento competem para atender à demanda. Estes leilões são realizados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) com delegação da ANEEL.

Já os custos do transporte da energia são divididos em dois segmentos: transmissão e distribuição. Primeiro, a transmissão entrega a energia para a distribuidora e, em seguida, a distribuidora leva a eletricidade ao consumidor final.

Por sua vez, os encargos setoriais, assim como os tributos, são instituídos por lei, e não pela Aneel. Eles incidem tanto sobre a geração como sobre a transmissão e distribuição.

Outro fator que influencia o cálculo é o sistema de bandeiras tarifárias, cujo objetivo é equilibrar os custos das distribuidoras com a aquisição de energia e o preço é repassado aos consumidores. As bandeiras passaram a valer em 2015 para todo o Sistema Interligado Nacional (SIN), exceto em Roraima, que não faz parte dele.

Com as cores dos semáforos (verde, amarelo e vermelho), as bandeiras sinalizam se o consumidor terá ou não acréscimos na conta de luz. O valor pode oscilar mês a mês dentro de valores pré-determinados e de acordo com a necessidade do uso de termelétricas, acionadas quando o volume das chuvas está baixo.

Confira no gráfico abaixo como as bandeiras podem influenciar no valor da sua conta de luz:

tarifas de energia elétrica

O que pode ser cobrado na conta de luz?

Embora não sejam regulados pela Aneel, os encargos e tributos também constam na conta de luz junto com as tarifas de energia elétrica. Cobrados pelos governos federal, estadual e municipal, eles são repassados pelas distribuidoras diretamente aos cofres públicos.

Os encargos setoriais são custos não gerenciáveis das distribuidoras que são repassados aos consumidores para garantir o equilíbrio econômico-financeiro. São eles:

  • Conta de Desenvolvimento Energético (CDE);
  • Programa de Incentivo à Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA);
  • Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos (CFURH);
  • Encargos de Serviços do Sistema (ESS) e de Energia de Reserva (EER);
  • Taxa de Fiscalização dos Serviços de Energia Elétrica (TFSEE);
  • Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e Programa de Eficiência Energética (PEE);
  • Contribuição ao Operador Nacional do Sistema (ONS).Já os impostos obrigatórios são:
  • PIS – Programa de Integração Social;
  • COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social;
  • ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços;
  • CIP – Contribuição de Iluminação Pública.

Os três primeiros estão embutidos nos preços de bens e serviços e, além da conta de luz, também estão presentes nas faturas de água e telefone. Por sua vez, a CIP é cobrada para a manutenção de postes e lâmpadas da sua cidade.

Saiba mais sobre os encargos e tributos presentes na sua conta de luz assistindo ao vídeo abaixo, produzido pela Aneel:

Ranking das tarifas de energia elétrica no Brasil

Agora que você entendeu o sistema de tarifação de energia e o que mais pode ser cobrado na conta de luz, é hora conferir o ranking das tarifas de energia elétrica no Brasil. Os valores abaixo, vigentes no final de março de 2021, são a média por estado em R$/kWh (reais por quilowatt-hora):

  1. Pará – 0,703
  2. Rio de Janeiro – 0,702
  3. Amazonas – 0,693
  4. Tocantins – 0,647
  5. Mato Grosso do Sul – 0,645
  6. Mato Grosso – 0,636
  7. Maranhão – 0,628
  8. Minas Gerais – 0,618
  9. Alagoas – 0,583
  10. Acre – 0,582
  11. Piauí – 0,582
  12. Bahia – 0,577
  13. Roraima – 0,575
  14. Pernambuco – 0,574
  15. Rio Grande do Sul – 0,574
  16. Espírito Santo – 0,559
  17. Paraíba – 0,556
  18. Goiás – 0,548
  19. Ceará – 0,546
  20. Sergipe – 0,545
  21. São Paulo – 0,542
  22. Rio Grande do Norte – 0,519
  23. Distrito Federal – 0,515
  24. Rondônia – 0,514
  25. Paraná – 0,514
  26. Santa Catarina – 0,509
  27. Amapá – 0,505

Vale lembrar que os valores acima não contemplam tributos e outros elementos que fazem parte da conta de luz, como as bandeiras tarifárias. A exceção é o estado do Rio de Janeiro, onde, por conta de legislação estadual, o efeito da substituição tributária do ICMS é aplicado na tarifa.

Tarifas de energia elétrica no Mercado Livre

Se você concorda com a maioria dos brasileiros e acha a tarifa de energia elétrica da sua empresa cara ou muito cara, certamente vai se interessar pela possibilidade de economizar até 35% na conta de luz. Pois saiba que essa é umas das principais vantagens do Mercado Livre de Energia.

No Ambiente de Contratação Regulada (ACR), as tarifas são reguladas pela Aneel e sofrem oscilações de acordo com a bandeira tarifária vigente. Já no Ambiente de Contratação Livre (ACL), o preço, a forma de pagamento e o prazo são acordados entre o consumidor e a geradora ou a comercializadora de energia elétrica.

No vídeo abaixo explicamos quais são as vantagens e desvantagens do Mercado Livre de Energia:

Além dos menores custos, o Mercado Livre oferece outras vantagens para quem quer mais previsibilidade nos gastos e flexibilidade na contratação. Veja no gráfico a seguir as principais diferenças entre ACR e ACL:

tarifas de energia elétrica

Ficou interessado em fazer parte do Mercado Livre de Energia? A Esfera Energia oferece todo o suporte necessário, desde questões técnicas até trâmites burocráticos, para sua empresa migrar do ACR para o ACL.

Além disso, você também terá acompanhamento no momento da contratação da energia para conseguir uma economia real na conta de luz. Quer saber como? Fale agora mesmo com um especialista da Esfera!